São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009 |
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Cupins infestam todo o patrimônio histórico nacional, diz relatório
PAULO PEIXOTO DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE O patrimônio histórico nacional está infestado de cupins e carunchos. É o que dizem relatórios ainda em elaboração pelo departamento de Biologia Animal da UFV (Universidade Federal de Viçosa), requeridos pelo Ministério Público Federal e pelo de Minas Gerais. Cem por cento das edificações históricas do país estão infestadas pelos insetos xilófagos, colocando em risco o patrimônio brasileiro, afirmou à Folha o professor Norivaldo dos Anjos, especialista em manejo de pragas florestais e chefe do departamento da UFV. O órgão é uma das principais referências em cupins e carunchos nos monumentos e obras do barroco brasileiro. Seu trabalho é reconhecido pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que disse que dará a "atenção devida" ao relatório. Anjos adiantou que os relatórios vão dizer que a situação é grave e que, se nada for feito desde agora, daqui a 20 ou 30 anos a perda pode ser grande. "Toda a nossa memória estará condenada", afirmou ele. Em uma escala de 1 a 3 -em que 3 é situação extremamente grave, e 1, amena-, Anjos coloca no nível 2 "praticamente todos" os imóveis históricos. O primeiro relatório que a UFV vai entregar até o final de fevereiro de 2010 vai tratar do patrimônio em Minas Gerais, Estado que tem o maior número de edificações históricas protegidas. Os estudos vão abordar especialmente 50 edificações, na maior parte igrejas. O segundo relatório vai mostrar a situação no restante do país e deverá ser concluído em julho. Vai tratar de casos graves de infestação -por exemplo, os que estão levando à destruição silenciosa os conjuntos arquitetônicos dos centros históricos, como em São Luís (MA). Segundo a UFV, o combate a cupins e carunchos deve ocorrer no imóvel a ser restaurado e na vizinhança. Por isso, todos devem passar pelo processo de desinfestação e imunização, que é trabalhoso e caro -em apenas em uma igreja, pode custar até R$ 80 mil. Texto Anterior: Edifício será reformado, diz Estado Próximo Texto: Iphan diz que estudos terão a "atenção devida" Índice |
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