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1 em cada 5 assaltados em Copacabana é turista
São seis roubos ou furtos diários, segundo dados do Instituto de Segurança do Rio
A vítima mais comum é o jovem que busca caminhar sozinho e tenta se aproximar do estilo de vida do carioca, diz polícia
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
O corretor de seguros Fernando da Silva Fernandes, morador de Ouro Verde de Goiás
(GO), mergulhou por pouco
mais de dois minutos no mar de
Copacabana, zona sul do Rio.
Ao sair, encontrou só areia onde havia deixado sua bermuda,
celular e carteira com R$ 250.
Horas depois, viu o ladrão
que levou seus pertences andando pela praia vestindo a
mesma bermuda perdida. Fernandes chamou a Polícia Militar, que prendeu o suspeito.
O relato, que consta num registro de ocorrência da 13ª DP
(Copacabana), resume dois aspectos apontados por policiais
como as causas dos mais de seis
roubos e furtos diários que turistas sofrem no Rio, de acordo
com dados do ISP (Instituto de
Segurança Pública do Rio).
Relaxados, os turistas dão
brechas para a ação de bandidos. Até setembro, 1.695 deles
foram roubados ou furtados.
Bairros nobres como Copacabana, Ipanema e Leblon concentram 67% dos casos registrados até setembro deste ano.
Na 12ª DP, que cobre o trecho
inicial de Copacabana e Leme,
os roubos a turistas representaram, em todo ano passado, 20%
do total registrado na delegacia.
O Rio recebeu este ano 4,5
milhões de turistas brasileiros
e 1,5 milhão de estrangeiros.
Os locais onde mais ocorrem
roubos e furtos são a orla de Copacabana, seguida de Ipanema
e Leblon. A Secretaria de Segurança afirma que essas praias,
mais Barra da Tijuca e Recreio
dos Bandeirantes (zona oeste),
são vigiadas por 32 câmeras.
Segundo o delegado Fernando Sousa, da Delegacia Especial
de Apoio ao Turista, voltado para estrangeiros, a vítima mais
comum é o jovem que busca caminhar e tentar se aproximar
do estilo de vida do carioca.
"A vítima principal anda à
noite, mais sozinha, procura fazer grandes distâncias a pé. Vai
à areia da praia à noite e anda
muito. Dependendo do turista,
ele é facilmente identificável."
Alguns albergues, que recebem turistas jovens, orientam
hóspedes a não expor objetos
como máquinas e relógios para
não chamar a atenção.
Mas não é só em locais isolados ou escuros que turistas sofrem. O estudante de administração francês Fabien Denoyes,
21, conta ter sido abordado,
quando estava com um amigo
brasileiro, por três assaltantes
em Ipanema (zona sul). "Fugimos e nada aconteceu, mas isso
deixa um sentimento de insegurança permanente."
Embora tenha sido orientada
a não andar com brincos e joias,
a americana Annie Weinberger, 32, relativiza. "É assim
também com qualquer turistas
em San Francisco, onde moro."
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