São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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Atraso em obras prejudica índice de praias em Ilhabela

Balanço é positivo no geral, mas apenas 2 pontos ficaram próprios para banho o ano todo

Sabesp planeja começar até março a operar rede para coletar 40% de todo o esgoto da ilha, que também terá sua 1ª estação de tratamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Cidade com o menor índice de esgoto coletado no Estado (4%) e à espera da conclusão de obras da Sabesp, Ilhabela, no litoral norte, enfrenta mais dificuldades para recompor a água de suas poucas praias.
No geral, o balanço é positivo, com melhora das condições de 5 das 13 praias monitoradas pela Cetesb na cidade. Ainda assim, neste ano só ficaram próprias para banho o ano todo as praias do Saco da Capela e do Sino, conhecida pelo barulho que fazem pedras, parecido com o de badaladas.
A causa do baixo índice de cobertura é a falta de investimento do governo do Estado. As obras de saneamento em Ilhabela haviam parado no tempo -há uma rede de galerias no centro, construída há cerca de dez anos, que jamais foi usada- e só voltaram agora.
Se as promessas da Sabesp se confirmarem, já em 2010 começa a funcionar a rede que vai coletar 40% de todo o esgoto de Ilhabela, que depois será revertido para a nova estação de tratamento, a primeira da ilha.
A estação, segundo o diretor de sistemas regionais da Sabesp, Umberto Semeghini, começa a funcionar em fevereiro ou março, cerca de dez anos depois de lançados os primeiros programas de saneamento para o litoral norte.
Mesmo quando os sistemas de esgoto melhorarem, ainda será necessário conter outras fontes de poluentes que atingem as praias, avalia o secretário do Meio Ambiente de Ilhabela, Harry Finger.
A topografia acidentada -o pico de São Sebastião, a 1.375 m de altitude, ao sul da ilha- faz com que haja cerca de 300 cachoeiras no município. Parte delas fica em riachos ocupados por invasores que jogam o esgoto nos cursos d'água.
Há três meses, segundo Finger, a prefeitura iniciou um programa para identificar e verificar as condições das cachoeiras. No início do ano, também foram "congeladas" favelas com cerca de 300 famílias.
"É uma guerra. Neste ano já fechamos oito loteamentos clandestinos com até 40 lotes cada um. Desde abril, um único núcleo, mesmo congelado, recebeu cinco casas de migrantes de Minas e da Bahia", diz.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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