São Paulo, Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2000


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Maníaco confessa mais 4 mortes

LUCIANO CALAFIORI
da Folha Campinas

RICARDO BRANDT
free-lance para a Folha Campinas

O engraxador de portas Laerte Patrocínio Orpinelli, 48, confessou ontem ter matado outras quatro crianças nas cidades de Rio Claro, Monte Alto e Franca.
Com isso, chega a oito o total de assassinatos que ele confessou ter cometido.
A delegada do 1º DP de Rio Claro, Sueli Isler Batelochi, responsável pelas investigações, disse que existem indícios de que Orpinelli teria matado pelo menos 11 crianças nas três cidades, além de Araraquara e São Carlos.
Sueli afirmou que dois dos quatro casos confessados ontem ainda não eram investigados.
Orpinelli confessou ser o responsável pela morte de O.P.B., 10, e J.F. de O., 9, em 1990.
Os corpos das duas crianças foram encontrados em 91 em um terreno na periferia da cidade.
As outras duas vítimas são E. S. de C., 11, de Monte Alto, e J. A. M., 9, de Franca.
Ontem, Orpinelli levou a polícia até o terreno e indicou o local como sendo onde ele teria enterrado as crianças de Rio Claro.
Orpinelli não quis falar com a Folha sobre as acusações.
Uma equipe da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo começou ontem a investigar o desaparecimento de crianças em 25 cidades nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul para relacioná-lo com o suspeito.
Os municípios investigados estão anotados em uma agenda encontrada com Orpinelli, onde ele escrevia os locais e as datas por onde passava, segundo a polícia.
Em São Paulo, o delegado da DHPP José Flamínio investiga o desaparecimento de 49 crianças nos últimos três anos em Piracicaba, Franca, Monte Alegre, Pirassununga, Limeira, São Carlos, Araraquara, Rio Claro e Araras.
Segundo a polícia, na maioria dos casos em que os corpos foram encontrados, as crianças foram abusadas sexualmente, tiveram os dentes quebrados e foram enforcadas até a morte.

Perfil
O diretor-clínico da Clínica Sayão de Araras, José Carlos Naitzke, informou que Orpinelli é psicopata. O suspeito esteve internado por diversas vezes na clínica, entre os anos de 68 e 73.
O psiquiatra Maurício Knobel, da Unicamp, afirmou que os psicopatas agem de maneira compulsiva. Segundo ele, o psicopata tem consciência de seus atos e não tem nenhum sentimento de culpa. "Psicopatas podem ser punidos legalmente por terem plena consciência de seus atos", disse.


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