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MORTE NA USP
Decisão final sobre a morte de ex-calouro Edison Hsueh depende ainda de avaliação jurídica
Relatório absolve envolvidos em trote
da Reportagem Local
Relatório elaborado pela comissão processante criada pela USP
(Universidade de São Paulo) absolveu os quatro estudantes acusados de envolvimento na morte
de Edison Hsueh, que ocorreu em
fevereiro do ano passado.
A conclusão do relatório não é a
posição final da universidade em
relação ao caso. O documento está sendo examinado pelo Departamento Jurídico da USP. Só depois que a avaliação for concluída
a direção da universidade vai tomar uma posição definitiva quanto à punição dos estudantes. "Já
houve casos em que a decisão da
universidade foi diferente da de
relatórios", diz a pró-reitora de
Graduação da USP, Ada Pellegrini Grinover.
Edison era calouro de medicina
da USP e foi encontrado morto na
piscina da associação atlética da
Faculdade de Medicina na manhã
seguinte ao trote e a um churrasco
de recepção aos alunos que ingressaram em 99.
Os quatro estudantes continuam sendo investigados por
suspeita de terem praticado trote
violento contra Edison. São eles:
Frederico Carlos Jana Neto, o
Ceará, Guilherme Novita Garcia,
Alfonso Augusto Massaguer e
Luís Eduardo Passareli Tirico.
No ano passado, Ceará chegou a
ficar preso durante alguns dias
por suspeita de envolvimento na
morte de Edison, após ter dito em
um vídeo amador, feito durante
uma festa, que era o responsável
pela morte do colega. Ele foi liberado por falta de provas.
Segundo a pró-reitora, a comissão concluiu que, embora a atitude e a ação dos rapazes sejam reprováveis, elas seguiram a conduta que prevalecia entre os estudantes. Ou seja, tudo o que eles fizeram durante a festa e o trote era
comum no meio em que eles se
encontravam, por isso foram considerados inocentes.
São quatro os tipos de punição a
que eles estão sujeitos: advertência verbal, repreensão por escrito,
suspensão e expulsão.
Mesmo Ceará, que se formou
no final do ano passado, está sujeito às punições porque ainda faz
residência na USP, segundo Ada.
"Mas isso não tem nada a ver com
a vida acadêmica dele. Seu diploma continua valendo."
O caso também está sendo investigado pela polícia e pelo Ministério Público. A promotora
Eliana Passarelli não quis fazer
comentários até conhecer o teor
completo do relatório. A Folha
tentou, sem sucesso, contato por
telefone com um dos advogados
de Ceará, Ricardo Toledo.
O pai do estudante Edison não
ficou satisfeito com o resultado
do relatório. "A USP está enrolando até agora. Meu filho morreu de
quê? Até agora eu não sei", diz
Feng Ming Hsueh.
Hsueh diz acreditar que alguém
matou o garoto durante a festa.
Por isso, espera que o responsável
seja descoberto e punido.
Para ele, a universidade tem um
papel fundamental, pois acredita
que o posicionamento final da
USP no caso deverá influenciar o
andamento e o teor das investigações na polícia e no Ministério
Público. "Quero ver se a USP vai
ajudar a fazer justiça"
O pai de Edison diz que acha
que existem muitos detalhes na
história que estão sendo deixados
de lado, principalmente no que se
refere à conduta dos estudantes
durante a festa realizada na USP.
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