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São Paulo, terça-feira, 21 de janeiro de 2003

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VIOLÊNCIA

Episódios aconteceram desde o começo do ano; um policial foi morto

DPs sofrem 5 ações de fuga e resgate

DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco distritos policiais da cidade de São Paulo sofreram tentativas de fuga ou de resgate de presos desde o início do ano. Entre os casos inclui-se a ação organizada pela mulher de um preso para tentar resgatá-lo. O último ocorreu ontem e só não deu certo porque um delegado, ao perceber seus policiais rendidos, reagiu sozinho e impediu a operação.
Os cinco episódios resultaram na morte de um policial, em ferimentos em outro, na destruição das fachadas de duas delegacias por rajadas de metralhadora e até na apreensão de uma granada, que não explodiu.
Nenhum preso fugiu, mas os casos mostraram fragilidade na segurança e no controle do que entra nas carceragens. Em dois casos -no 38º DP (Vila Amália) e no 53º DP (Parque do Carmo)-, quadrilhas usaram metralhadoras para tentar resgatar presos. Houve reação dos policiais, mas ninguém saiu ferido.
Mas, em três casos, os presos usaram armas e até explosivos que foram parar ilegalmente nas carceragens. No dia 1º, no 16º DP (Vila Clementino), um preso usou um revólver 38 para ameaçar um carcereiro. No dia 12, presos usaram explosivos para tentar derrubar uma parede do 45º DP (Vila Brasilândia).
Anteontem, um preso também usou um revólver 38 para atirar de uma cela do 85º DP (Jardim Mirna). O investigador Eduardo Miranda de Brito, 31, morreu.
Ontem de madrugada, dois policiais já estavam rendidos na entrada do 53º DP quando o delegado Mário Gomes Pereira Filho percebeu a ação e saiu atirando. Os homens fugiram. Uma metralhadora foi deixada no local.
"A gente realmente fica assustado. Eles não têm medo mesmo com a Polícia Civil e a Polícia Militar aqui", disse o delegado titular do 38º DP, Guilherme Zaglio Neto. O DP enfrentou uma tentativa de resgate no sábado. Seis pessoas foram presas. Entre elas, Hyleia Santana de Lima, 23, mulher do detento Sebastião de Jesus Silva, 23, que seria o alvo do resgate.
A polícia encontrou um croqui do DP na casa de Hyleia, que seria mentora da ação. Ela teria organizado a operação depois que a polícia descobriu um túnel feito para libertar Tião Carioca.
O diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), Antonio Chaves Martins Fontes, disse que as rondas nos distritos serão intensificadas. "A ordem é ir para o enfrentamento." (GILMAR PENTEADO)


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