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Força Nacional faz primeira blitz no Rio
Via Dutra foi o local da operação, que contou com cerca de 40 homens; até 18h30, só 4 haviam sido detidos
PEDRO DANTAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PENEDO (RJ)
Uma blitz foi a operação escolhida para o início das operações da FNS (Força Nacional
de Segurança) ontem no Estado do Rio. Cerca de 40 policiais,
entre homens da Força, do 37º
Batalhão de Polícia Militar e da
Polícia Rodoviária Federal, pararam carros e ônibus na altura
do quilômetro 311 da via Dutra,
no sentido São Paulo-Rio.
Eles revistaram veículos, bagagens e passageiros.
O secretário fluminense de
Segurança Pública, José Mariano Beltrame, chegou em um
helicóptero da PM ao posto da
Polícia Rodoviária Federal do
km 311, na altura de Penedo
(sul do Estado do Rio), por volta das 15h30.
A aeronave pousou na pista
sentido São Paulo, interrompendo parcialmente o tráfego.
Indagado pela Folha sobre o
que diferenciava a operação de
uma blitz rotineira, ele afirmou
que as informações dos serviços de inteligência das polícias
Civil e Militar do Rio e da Polícia Federal já permitem saber
"quem está trazendo e como
está trazendo" armas e drogas
para o Rio.
De acordo com Beltrame, a
via Dutra foi escolhida para receber a operação porque a rodovia é caminho de "80% das
drogas e armas" que entram no
Estado.
Até o fechamento desta edição apenas quatro jovens tinham sido detidos, pelo porte
de um cigarro de maconha.
Eles foram encaminhados para
a 99ª Delegacia de Polícia, em
Itatiaia (RJ).
"São 43 pontos [de segurança] atuando simultaneamente,
tanto fixo quanto móvel. Uma
blitz comum acontece em um
ou dois pontos. Então a abrangência é muito grande", declarou o secretário, defendendo a
utilidade da blitz na Dutra.
Às 18h, o número de policiais
já estava reduzido, contando
apenas com um carro da Força
Nacional de Segurança e um da
Polícia Rodoviária.
Drogas
Beltrame disse que os traficantes começaram a estocar
drogas nas favelas do Rio antes
do início da operação.
De acordo com ele, a apreensão de três toneladas de maconha no morro da Mangueira é a
prova de que os criminosos temem uma "asfixia ao tráfico de
armas e drogas".
Participam da primeira fase
da operação 170 homens da
FNS, 250 policiais militares divididos em três turnos e 280 da
Polícia Rodoviária Federal.
Eles estarão divididos por 43
pontos (19 destes fixos) nas cidades do Rio de Janeiro que fazem divisas com os Estados de
São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
A FNS foi acionada a pedido
do governador Sérgio Cabral,
após ataques de traficantes a
vários locais do Grande Rio.
Reação
As reações ao início da operação por parte das pessoas cujos
veículos foram parados foram
variadas. O engenheiro Paulo
Ferreira Lima, morador de Itatiaia, disse que não se incomodará em ser revistado todos os
dias caso a sensação de segurança melhore.
"Eles revistaram o carro e
conferiram meus documentos,
mas não me importo. Acho que
[a operação] deve acontecer
sempre", disse o engenheiro.
A revista causou a apreensão
a alguns passageiros da Viação
Itapemirim que saíram de São
Paulo às 12h. Boa parte deles
desceu do ônibus para acompanhar a revista feita por policiais
militares.
"Fiquei um pouco assustada.
Pensei que tivesse acontecido
alguma coisa no Rio, pois já estava com medo da viagem de
ônibus", declarou a produtora
Maeve Jinkings, 30.
Ela não viu diferença entre a
operação e um blitz rotineira.
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