São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 2007

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Força Nacional faz primeira blitz no Rio

Via Dutra foi o local da operação, que contou com cerca de 40 homens; até 18h30, só 4 haviam sido detidos

PEDRO DANTAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PENEDO (RJ)

Uma blitz foi a operação escolhida para o início das operações da FNS (Força Nacional de Segurança) ontem no Estado do Rio. Cerca de 40 policiais, entre homens da Força, do 37º Batalhão de Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal, pararam carros e ônibus na altura do quilômetro 311 da via Dutra, no sentido São Paulo-Rio.
Eles revistaram veículos, bagagens e passageiros.
O secretário fluminense de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, chegou em um helicóptero da PM ao posto da Polícia Rodoviária Federal do km 311, na altura de Penedo (sul do Estado do Rio), por volta das 15h30.
A aeronave pousou na pista sentido São Paulo, interrompendo parcialmente o tráfego.
Indagado pela Folha sobre o que diferenciava a operação de uma blitz rotineira, ele afirmou que as informações dos serviços de inteligência das polícias Civil e Militar do Rio e da Polícia Federal já permitem saber "quem está trazendo e como está trazendo" armas e drogas para o Rio.
De acordo com Beltrame, a via Dutra foi escolhida para receber a operação porque a rodovia é caminho de "80% das drogas e armas" que entram no Estado.
Até o fechamento desta edição apenas quatro jovens tinham sido detidos, pelo porte de um cigarro de maconha. Eles foram encaminhados para a 99ª Delegacia de Polícia, em Itatiaia (RJ).
"São 43 pontos [de segurança] atuando simultaneamente, tanto fixo quanto móvel. Uma blitz comum acontece em um ou dois pontos. Então a abrangência é muito grande", declarou o secretário, defendendo a utilidade da blitz na Dutra.
Às 18h, o número de policiais já estava reduzido, contando apenas com um carro da Força Nacional de Segurança e um da Polícia Rodoviária.

Drogas
Beltrame disse que os traficantes começaram a estocar drogas nas favelas do Rio antes do início da operação.
De acordo com ele, a apreensão de três toneladas de maconha no morro da Mangueira é a prova de que os criminosos temem uma "asfixia ao tráfico de armas e drogas".
Participam da primeira fase da operação 170 homens da FNS, 250 policiais militares divididos em três turnos e 280 da Polícia Rodoviária Federal.
Eles estarão divididos por 43 pontos (19 destes fixos) nas cidades do Rio de Janeiro que fazem divisas com os Estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
A FNS foi acionada a pedido do governador Sérgio Cabral, após ataques de traficantes a vários locais do Grande Rio.

Reação
As reações ao início da operação por parte das pessoas cujos veículos foram parados foram variadas. O engenheiro Paulo Ferreira Lima, morador de Itatiaia, disse que não se incomodará em ser revistado todos os dias caso a sensação de segurança melhore.
"Eles revistaram o carro e conferiram meus documentos, mas não me importo. Acho que [a operação] deve acontecer sempre", disse o engenheiro.
A revista causou a apreensão a alguns passageiros da Viação Itapemirim que saíram de São Paulo às 12h. Boa parte deles desceu do ônibus para acompanhar a revista feita por policiais militares.
"Fiquei um pouco assustada. Pensei que tivesse acontecido alguma coisa no Rio, pois já estava com medo da viagem de ônibus", declarou a produtora Maeve Jinkings, 30.
Ela não viu diferença entre a operação e um blitz rotineira.


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