MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

A PF (Polícia Federal) informou ontem que investigará um possível elo entre a traficante Sônia Helena Soares de Mello White, 50, e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. White, presa anteontem em Portugal, havia forjado a própria morte para escapar de uma pena de prisão a que foi condenada, há quatro anos, pela Justiça gaúcha.
Ela foi presa no centro de Lisboa, pela Polícia Judiciária portuguesa, com 32,4 kg de cocaína, que seria distribuída em países europeus. Com White, foram detidos o policial civil de São Paulo José Roberto Soares de Oliveira, da 43ª Delegacia de Polícia (Cidade Adhemar), e dois espanhóis.
Em 1999, a traficante foi condenada pela Justiça do Rio Grande do Sul a seis anos de prisão por tráfico de drogas. Escapou porque advogados apresentaram seu atestado de óbito. A partir daí, tirou novos documentos e passaporte com o nome de Sônia Bidart Rossi. A falsificação foi descoberta pela PF há cerca de seis meses.
Ao ser presa, White disse aos policiais portugueses que é amiga de Beira-Mar, o que despertou a atenção da PF. O delegado da Divisão de Entorpecentes da PF, Ronaldo Magalhães, afirmou que aguardará o envio de documentos que foram apreendidos com a quadrilha em Portugal para descobrir se existe alguma relação do grupo com o traficante fluminense, que está preso na penitenciária Bangu 1 (zona oeste do Rio).
White é mulher do traficante norte-americano John Michael White, que está preso em Bangu 2 e é apontado como o chefe da quadrilha. Ele foi preso em 1999, sob a acusação de transportar drogas para a Europa usando aviões da FAB (Força Aérea Brasileira). Dois oficiais da Aeronáutica também foram condenados e outros dois continuam foragidos.
Magalhães disse que John White, que foi condenado a 34 anos de prisão por tráfico de drogas, se comunica com integrantes da quadrilha por meio de cartas.
A droga comercializada pela quadrilha, segundo o delegado, é proveniente da Colômbia, mas o fornecedor não foi identificado. Beira-Mar também teria ligações com traficantes colombianos.
White e a mulher possuem um apartamento luxuoso em um condomínio da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). O diretor da Divisão de Entorpecentes da PF, delegado Getúlio Bezerra, disse que não pedirá à Justiça brasileira a extradição da traficante.


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