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Duas pessoas são mortas em circuito de Salvador
Houve 53 arrastões em ônibus e 1.624 ocorrências
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Duas pessoas foram mortas
entre a noite de anteontem e a
madrugada de ontem no circuito do carnaval de Salvador.
O sargento da Polícia Militar
Sidnei Pimentel dos Santos, 34,
foi morto a facadas no Campo
Grande (centro) no final da
noite de anteontem, após desfilar no bloco As Muquiranas.
Na madrugada de ontem, Jomário da Cruz Barbosa, 24,
morreu após levar dois tiros na
cabeça no circuito Barra/Ondina (orla), logo após a passagem
do trio elétrico Pipocão, liderado por Carlinhos Brown, que
empolgou 30 mil foliões.
Deise Ramos, 22, que estava
brincando o Carnaval com Barbosa, foi atingida por um tiro
no pescoço e teve lesão na coluna cervical, segundo o Hospital
Geral do Estado. Médicos que a
atenderam disseram que ela
pode ficar paraplégica.
No Campo Grande, a PM
prendeu dois suspeitos de matar o sargento Pimentel -um
aspirante a cadete da PM e um
sargento da PM de Sergipe. Os
dois foram levados a um batalhão da corporação.
Na Barra, Ednaldo Paixão
Machado, 18, foi preso em flagrante, acusado de matar Barbosa e atingir Deise Ramos no
pescoço. Em depoimento, ele
negou ser o autor dos tiros, embora tenha sido identificado
por cinco testemunhas.
A delegada Maria do Socorro
Costa disse que o crime que teria sido cometido por Machado
foi motivado por uma rixa entre os moradores de duas invasões da capital baiana.
Mortes no circuito
De quinta até o início da noite de ontem, houve duas mortes no circuito do Carnaval de
Salvador. No ano passado, foram quatro mortes de quinta-feira até a Quarta-Feira de Cinzas. Desde quinta-feira até as
19h de ontem, também foram
registrados 53 arrastões em
ônibus e 1.624 ocorrências, entre as quais roubo, furto e tentativa de homicídio. O número
de ocorrências é 28% maior do
que o registrado no mesmo período de 2006.
Fora dos circuitos
Fora dos principais circuitos
da folia, a PM registrou mais
uma morte violenta em Salvador na madrugada de ontem.
A estudante Joilma Sousa
Santos, 9, voltava para casa em
van autorizada pela prefeitura
a fazer transporte coletivo
quando foi atingida na cabeça
por dois tiros. "Ela estava feliz
por ter brincado o Carnaval. De
repente, dois homens armados
cercaram a van e começaram a
disparar sem parar", disse Roque Santos, tio da estudante.
Segundo a PM, a estudante foi
morta no bairro Plataforma, na
periferia de Salvador.
A Folha tentou falar ontem
com o governador Jaques Wagner (PT), 55. Wagner havia
agendado entrevista coletiva
de balanço da festa, mas não
compareceu. Alegou que outros dois governadores que
passariam o último dia oficial
do Carnaval na Bahia -Sérgio
Cabral Filho (PMDB-RJ) e
Eduardo Campos (PSB-PE)-
somente chegariam no início
da noite. O jornal deixou duas
mensagens no celular do assessor do governador, mas ele não
ligou de volta até o fim da noite.
O diretor de comunicação da
PM, coronel Aristóteles Borges, disse que esses índices de
violência não podem ser considerados baixos. "Dizer que esses números são baixos é negar
a racionalidade humana." O secretário da Segurança Pública
da Bahia, Paulo Bezerra, disse
não querer minimizar a dor de
familiares das vítimas, mas discordou. "Os números são pequenos quando comparados
com a dimensão da festa."
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