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Araken Peixoto e o pistom da família
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mito do irmão caçula
não incomodava o músico
Araken Peixoto, pois cada
vez que ia aos shows de
Cauby, recebia ele mesmo
afagos no ego, de fãs apaixonadas por seu pistom -as
mesmas que lhe renderam
homenagens no enterro.
Araken nasceu em Niterói,
em uma família de músicos.
A mãe tocava bandolim e o
pai, violão -sem falar do tio
pianista e do primo cantor.
Logo ele e os irmãos "caíram
na batalha". Dos seis filhos,
apenas Araci escapou. Moacir, o mais velho e pianista,
"levou os outros pelo caminho da música".
Andiara virou cantora de
samba em cassinos; Cauby
descobriu a voz aveludada;
Iracema até começou nos corais, antes de casar. Com
Araken não seria diferente.
"Dizem que era muito bonito" quando tocava pistom
na boate Drink, aberta com
os irmãos, ou no seu Pub, espécie de piano-bar que não
deu certo. Romântico, "andava sempre de mãos dadas",
diz a viúva, que não esquece a
canção "Dio Come Ti Amo".
Decidiu ser músico em São
Paulo, onde ficou 26 anos tocando em quatro boates por
noite "para pagar os estudos
dos filhos". Tocava também
em bailes, onde recebia dos
fãs elogios aos discos conhecidos de jazz: "Um Piston
Dentro da Noite", nacional e
internacional.
Mas a saúde piorou, a diabetes avançou e temia até a
amputação das pernas. Por
isso aposentou-se e voltou
para o Rio. Tinha três netos e
três filhos -Adriana, cantora, seguiu seus passos.
Diz a família que tudo foi
sereno quando morreu anteontem de infarto aos 77, no
Rio. "Tomou um mingauzinho, sentou e morreu."
obituario@folhasp.com.br
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