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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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RIO

Agentes penitenciários espancaram dois detentos, dizem defensores públicos
Dois defensores públicos do Rio denunciaram o espancamento de dois detentos no presídio Esmeraldino Bandeira (complexo de Bangu, zona oeste), que teria ocorrido na última terça. Eles afirmaram que foram hostilizados e ameaçados.
Ricardo Santa Rosa e Bruno Vinícius Setta Ladari contaram que, por volta das 18h, estavam na unidade quando, após soar a sirene que indica tentativa de fuga, viram dois presos, identificados pelas iniciais F.C.R., 27, e J.F.O., 28, sendo espancados.
Santa Rosa diz que pediu aos agentes que parassem com as agressões. Segundo ele, do grupo de 20, dez agentes se revezavam nos espancamentos -chutes nas costas e no peito, tapas e cotoveladas na cabeça. Os presos estavam algemados, com as mãos para trás e ajoelhados.
O advogado diz que um agente, que se identificou só como Antunes, manteve as agressões. "Ele repetia seu próprio nome, Antunes, e chutava os presos na minha frente, como se estivesse desafiando minha autoridade."
Os demais agentes, diz Santa Rosa, o cercaram de forma hostil, dizendo que não poderia fazer nada contra eles. Após cinco minutos, a agressão parou.
Os defensores contaram o caso à coordenação do núcleo do sistema penitenciário da Defensoria Pública do Estado. Os 22 defensores do núcleo foram ao presídio denunciar o caso.
Quando presos, defensores e o agente Antunes foram registrar ocorrência na 13ª DP, os detentos negaram as agressões. O resultado do exame de corpo de delito só deve sair em 15 dias.
A Defensoria fez denúncia à Corregedoria do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) e deve mover ações por desacato à autoridade e tortura.
Cid Sá, diretor do Desipe, negou o espancamento. Segundo ele, o boletim de ocorrência é prova de que não teria havido agressão. "Os presos negaram."
Uma sindicância foi aberta, e os agentes seguem trabalhando. "Temos poucos agentes, e nada foi provado contra eles." (SABRINA PETRY, DA SUCURSAL DO RIO)


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