São Paulo, domingo, 21 de março de 2010

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Para professor, inadequação em casos é comum

DA REPORTAGEM LOCAL
REPÓRTER FOTOGRÁFICA

Casos de atendimento psiquiátrico inadequado, como o da menina 23225, são muito mais comuns do que se supõe. E a incidência deve aumentar. Segundo o professor titular de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo, Jair de Jesus Mari, o Brasil apresenta um grande descompasso entre a demanda e a oferta de serviços chamados "psi".
"Os serviços psiquiátricos não são organizados para dar conta da demanda -nem mesmo de adultos. Nos casos de crianças e adolescentes, então, o deficit é brutal, já que a psiquiatria infantil ainda é muito incipiente no país."
Em todo o Estado de São Paulo, por exemplo, o único centro especializado em internações rápidas de crianças e jovens, é o do Hospital Pinel, que conta apenas com 24 leitos.
O professor da Unifesp afirma que os transtornos neuropsiquiátricos perfazem 18% de todas as doenças registradas no Brasil. "Mas a saúde mental recebe apenas 2% de investimento. Na Grã-Bretanha, por exemplo, recebe 12%."
Para o médico, durante sua extensa internação no Pinel, "a menina não teve os estímulos sociais e cognitivos, foi uma pessoa privada emocional e culturalmente e ficará marcada por toda a vida".
"Ela representa um enorme problema que só se agrava. As crianças entram cada vez mais cedo no mundo das doenças psiquiátricas, por conta da desestruturação familiar, do consumo prematuro de drogas pesadas (crack inclusive) e álcool." (LC e MB)


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