|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para professor, inadequação em casos é comum
DA REPORTAGEM LOCAL
REPÓRTER FOTOGRÁFICA
Casos de atendimento
psiquiátrico inadequado,
como o da menina 23225,
são muito mais comuns do
que se supõe. E a incidência deve aumentar. Segundo o professor titular de
Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo,
Jair de Jesus Mari, o Brasil
apresenta um grande descompasso entre a demanda e a oferta de serviços
chamados "psi".
"Os serviços psiquiátricos não são organizados
para dar conta da demanda -nem mesmo de adultos. Nos casos de crianças
e adolescentes, então, o
deficit é brutal, já que a
psiquiatria infantil ainda é
muito incipiente no país."
Em todo o Estado de São
Paulo, por exemplo, o único centro especializado
em internações rápidas de
crianças e jovens, é o do
Hospital Pinel, que conta
apenas com 24 leitos.
O professor da Unifesp
afirma que os transtornos
neuropsiquiátricos perfazem 18% de todas as doenças registradas no Brasil.
"Mas a saúde mental recebe apenas 2% de investimento. Na Grã-Bretanha,
por exemplo, recebe 12%."
Para o médico, durante
sua extensa internação no
Pinel, "a menina não teve
os estímulos sociais e cognitivos, foi uma pessoa
privada emocional e culturalmente e ficará marcada
por toda a vida".
"Ela representa um
enorme problema que só
se agrava. As crianças entram cada vez mais cedo
no mundo das doenças
psiquiátricas, por conta da
desestruturação familiar,
do consumo prematuro de
drogas pesadas (crack inclusive) e álcool."
(LC e MB)
Texto Anterior: Outro lado: Hospital é o melhor local, diz juiz Próximo Texto: Mortes Índice
|