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CAMPINAS
Seis já morreram em maternidade
Bactéria pode
ter infectado
mais 2 bebês
LILIAN CHRISTOFOLETTI
free-lance para a Folha
Mais dois recém-nascidos na
Maternidade de Campinas estão
internados na UTI (Unidade de
Terapia Intensiva) de alto risco
com suspeita de infecção hospitalar. Na semana passada seis bebês
morreram no hospital, vítimas de
infecção.
Os casos eram mantidos em sigilo pela direção do hospital, que
admitiu ontem para a Folha o encaminhamento de exames dos
dois bebês. A maternidade já teria
os laudos com as possíveis causas
da infecção, mas só deverá divulgá-los na terça-feira.
A diretora da DIR (Direção Regional de Saúde), Márcia Amaral,
45, afirmou ontem que o hospital
realizou uma "desinfecção terminal" na unidades de internação.
"Foi feita uma limpeza pesada
com produtos químicos para desinfectar o local", disse.
A diretora desconhecia o fato de
os dois bebês estarem internados
com suspeita de infecção e afirmou que a Vigilância Sanitária fez
uma vistoria e aprovou as condições físicas da maternidade.
A Secretaria Municipal da Saúde
informou ontem que sabia das
duas suspeitas.
O médico-patologista Paulo Clemente Cézar, 51, do laboratório de
análises clínicas Doutor Roberto
Franco do Amaral, responsável
pelos exames do hospital, encaminhou as amostras de sangue para o
Instituto Adolfo Lutz.
Segundo ele, foi detectada a presença de bactéria nos resultados
finais. Ele não confirma o tipo de
organismo. "Não é normal um
recém-nascido apresentar bactérias no sangue, mas a infecção pode acontecer até mesmo durante o
parto", afirmou.
A chefe da seção de Biologia Médica do Instituto Adolfo Lutz, Marilu Mendes Moscardini Rocha,
responsável pela análise das
amostras, afirmou que, pela análise do material biológico, as crianças estão com infecção.
"Graças a Deus, elas sobreviveram ao surto que ocorreu na maternidade", disse ela. A direção da
maternidade afirmou que só irá se
pronunciar no dia 24, quando todas as análises forem colhidas.
O diretor da Secretaria Municipal da Saúde, Igor Del Guercio, 49,
afirma que entre os dias 17 e 18, a
vigilância municipal de Saúde fez
uma vistoria no hospital e não encontrou nenhuma irregularidade.
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