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Índio foi a
Brasília defender demarcação
da Sucursal de Brasília
O índio pataxó Galdino Jesus dos
Santos chegou a Brasília na última
sexta. Ele é um dos líderes da tribo
hã-hã-hãe, da área indígena Caramuru-Catarina-Paraguassu, no
município de Pau Brasil (sul da
BA), e estava com integrantes da
tribo para defender a demarcação
das suas terras.
Santos é primo de Gerson de
Souza Melo, líder pataxó que esteve na audiência de sexta-feira com
o presidente Fernando Henrique
Cardoso, apoiando a manifestação
dos sem-terra.
Nascido em 26 de agosto de 1952,
Santos tem mulher e três filhos,
que ficaram na aldeia, na Bahia.
A família é marcada por tragédias, segundo seu pai, o índio Juvenal Rodrigues. ``Meu outro filho morreu cortado a facão por fazendeiros'', disse na porta do Hospital Regional da Asa Norte, em
Brasília, enquanto esperava autorização para visitar o filho.
``Viemos a Brasília para resolver
um problema e aconteceu essa miséria'', lamentou após ver Santos.
Os pataxós têm uma audiência
amanhã na Procuradoria Geral da
República para resolver problemas na demarcação de suas terras.
Perdido na cidade
A médica Maria Célia Martins
Bispo informou que Santos chegou consciente ao Hospital Regional. Segundo a médica, ele disse
que se perdeu após encontro na
Funai, chegou atrasado à pensão
onde estava e não conseguiu entrar. ``Ele contou que, em seguida,
foi andar, deitou no banco da parada de ônibus e começou a dormir'', relatou a médica.
Às 21h, o hospital informou que
o estado de saúde de Santos era
``gravíssimo''. Ele mantinha sinais
vitais, como pressão arterial e frequência cardíaca, mas estava desde manhã sob respiração artificial.
Na madrugada de ontem, após
fazer o relato à equipe médica,
Santos foi sedado porque sentia
muitas dores, ficando a partir desse momento inconsciente. Ainda
pela manhã, ele apresentou insuficiência renal e respiratória.
Santos gemia muito, estava com
os braços encolhidos e se contorcia de dor, segundo pessoas que
presenciaram sua chegada.
O governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, disse que
vai decretar luto oficial, caso Santos venha a morrer.
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