ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O baiano de Cruz das Almas Manoelito Pires de Souza fez três faculdades: contabilidade, economia e direito. A última delas, seu sonho, ele começou com mais de 40 anos.
Casado desde 1976, teve três filhos: Márcio, 31, Cybele, 29, e Daniel, 27. Márcio fez direito, Cybele, economia e Daniel, contabilidade, curso que a filha depois também completou. Eram as mesmas três faculdades que havia feito.
Seu orgulho, depois de todas as dificuldades pelas quais passou, foi ter visto seus três meninos formados.
Aos 13, lá na Bahia, Nelito, como era chamado em família, tomou um pau-de-arara rumo a SP. Vinha encontrar o pai, que por aqui já estava.
No início, vendeu amendoins e foi balconista em farmácia. Antes de entrar para a primeira faculdade, concluiu o técnico em contabilidade. Há cerca de 20 anos, montou o próprio escritório na área -onde hoje o filho mais novo também trabalha.
Para se divertir, jogava bilhar. No clube que frequentava, ganhou dos amigos o apelido de Mão de Ferro, porque sempre perdia as partidas.
Recentemente, havia ganhado um troféu, seu único. Corintiano, tentou fazer dos filhos torcedores de seu time, mas a filha tornou-se são-paulina, e ele tinha de levá-la sempre ao Morumbi.
Sofria de asma, que, sem o devido tratamento, evoluiu para uma doença pulmonar.
Morreu na sexta, aos 69. Deixa viúva e três filhos. A missa de sétimo dia será hoje, às 19h, na paróquia São Pedro Apóstolo, em Guarulhos (SP).

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