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DESABAMENTO
Laudo criminal diz que material não foi responsável por queda
Falha em pilar causou desabamento do Palace 2
FELIPE WERNECK
da Sucursal do Rio
O desabamento do edifício Palace 2, que causou a morte de oito
pessoas no domingo de Carnaval,
aconteceu devido a uma falha no
detalhamento da armação de dois
pilares, e não pela utilização de
material de má qualidade.
A realização da planta de um
edifício é dividida em três etapas: o
cálculo, o dimensionamento e o
detalhamento. A falha que causou
o desabamento ocorreu nessa última etapa, quando o calculista
transforma o projeto em desenhos, para facilitar o trabalho do
mestre-de-obras.
Essa é uma das conclusões que
constam do laudo criminal sobre
as causas do desabamento -que
será divulgado pelo ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli)
até o final da semana.
O engenheiro civil Gilberto Menezes Moraes, um dos consultores
de estruturas que trabalharam na
realização do laudo, disse que os
pilares P4 e P44 -que causaram o
desabamento por estarem subdimensionados- foram projetados
para suportar 480 toneladas, mas,
por uma falha de detalhamento,
foram executados para suportar
somente 230 toneladas.
Moraes disse que o calculista é
"obrigado" a assinar o desenho
do detalhamento.
Segundo ele, o uso de material
de má qualidade existiu, mas não
foi determinante para a tragédia.
A conclusão do laudo pode incriminar o projetista estrutural do
edifício, o engenheiro José Roberto Chendes, que está sujeito a indiciação sob acusação de homicídio,
assim como Sérgio Naya, dono da
construtora Sersan, e Sérgio Murilo Domingues, apontado como
engenheiro responsável pela obra.
Naya, que já foi expulso do PPB e
teve seu mandato de deputado federal cassado na semana passada,
pode ser indiciado pela morte das
oito pessoas no desabamento.
Naya deve depor na próxima
quinta-feira, às 13h, na 16ª DP
(Delegacia Policial), na Barra da
Tijuca (zona sul do Rio).
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