São Paulo, terça, 21 de abril de 1998

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Sequestradores já perderam 5 kg

FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local

Oito dias após iniciarem a greve de fome na Penitenciária do Estado, alguns dos sequestradores do empresário Abílio Diniz já perderam cerca de 5 kg.
O chileno Sérgio Olivares Urtiba, 45, é o que mais perdeu peso: 5,4 kg. Na terça-feira passada, quando foi feita a primeira medição, ele pesava 83,2 kg. Ontem, 77,8 kg.
Segundo o médico Paulo César Sampaio, diretor de saúde do Sistema Penitenciário de São Paulo, Urtiba sente fraqueza generalizada e constantes tonturas.
O relatório feito ontem revela que a chilena Maria Emília Marchi, 51, continua sendo a presa que mais inspira cuidados da equipe médica.
"Ela perdeu apenas 2,7 kg, mas continua com vômitos (de água), pequena febre (que pode ser indicativo de alguma infecção) e pressão alta", disse Sampaio.
O argentino Humberto Eduardo Paz, 43, e o chileno Ulisses Galardo Azevedo, 44, foram alguns dos que mais perderam peso.
Azevedo teve queda na frequência cardíaca e apresenta muito cansaço. Ele já perdeu 4,8 kg, desde a semana passada. Paz tem tonturas esporádicas e queda de temperatura.
O sequestrador chileno Hector Ramon Tapia, 34, que sente fortes dores lombares, perdeu quase 1 kg no último dia (já emagreceu 4,9 kg, no total).
A canadense Christine Lamont, 38, que ontem recebeu a visita da irmã, apresentou melhoras e já não sente tanto as dores lombares, comuns nos primeiros dias. Ela perdeu 3,9 kg.
Dores musculares
De um modo geral, o quadro clínico dos sequestradores não se alterou muito, desde a última medição, afirmou Sampaio.
A principal reclamação continua sendo a dor muscular -semelhante a câimbra-, provocada pela absorção de proteínas e glicose.
"É como se o organismo, debilitado pela falta de alimentação, fosse buscar energia nos músculos do corpo", explicou Sampaio.
Segundo o médico, as dores devem aumentar nos próximos dias.
A partir de hoje, a equipe médica vai realizar exames diários de eletrocardiograma. Desde a semana passada, já estão sendo feitos exames de sangue e de pressão, para monitorar as condições clínicas dos sequestradores.



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