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Senado libera venda de bebida em estrada
Após Câmara permitir comércio de bebida alcoólica em área urbana, senadores ampliaram autorização para a zona rural
Texto pune motorista que dirigir com qualquer índice alcoólico no sangue e, como foi alterado, volta a ser apreciado pelos deputados
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado liberou a venda de
bebidas alcoólicas em rodovias
federais ao ampliar, ontem, para a zona rural a autorização. O
projeto de lei de conversão da
medida provisória, cujo objetivo inicial do governo era vedar
o comércio do produto nas estradas federais, foi aprovado de
forma simbólica graças a um
acordo firmado entre senadores governistas e oposicionistas. A matéria agora voltará a
ser apreciada na Câmara.
O maior derrotado é o ministro José Gomes Temporão
(Saúde), que defendeu a edição
da medida provisória para proibir a venda de bebidas em todas
as rodovias federais. A violação
previa a multa de R$ 1.500.
Contudo, ainda na votação
na Câmara, a proposta do governo já havia sido alterada. Os
deputados autorizaram a venda
de bebidas por estabelecimentos localizados em estradas federais na zona urbana.
"Entendi que não fazia sentido, então, excluir o comércio fica na zona rural", afirmou o senador Francisco Dornelles
(PP-RJ), relator do parecer que
mudou a medida provisória.
De acordo com ele, a proposta inicial prejudicaria 50 mil estabelecimentos no Brasil (40
mil da área urbana e 10 mil da
zona rural). "Não podíamos
causar esse dano aos hotéis,
restaurantes e bares localizados nessas áreas", disse.
Apesar da manutenção do
comércio nas estradas federais,
a medida provisória pune o motorista que for flagrado dirigindo com qualquer índice alcoólico no sangue. Ele pode sofrer
multa, ter o o veículo apreendido e até ser detido.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR),
negou que a liberação seja
"uma esculhambação". "O foco
tem de ser no motorista."
Senador ligado à oposição,
Mão Santa (PMDB-PI) elogiou
as mudanças que o colega Dornelles fez na medida provisória.
"[Dornelles] Resolveu todos os
problemas. Muita gente iria ficar desempregada", disse.
Mão Santa, acostumado a citar dados históricos, comparou
a restrição de venda de bebidas
nas estradas brasileiras à lei seca dos Estados Unidos nos anos
1920 e 1930. "Nos EUA houve
lei seca e acabou surgindo o
[gângster] Al Capone", disse.
Acordo
A votação sobre a proibição
do comércio de bebidas foi viabilizada depois que Jucá aceitou retirar de pauta a medida
provisória que liberava créditos extraordinário de R$ 7,6 bilhões para aumentar o salário
de servidores públicos federais.
O líder do governo afirmou
que deverá ser apresentado um
projeto em regime de urgência
sobre assunto.
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