São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2000


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BARBARA GANCIA

Colunista enfurece fãs de Guga

Até eu que sou mais parva prefiro me identificar com o Gustavo Kuerten a me identificar com o ex-menino de rua que sequestrou o ônibus no Rio. Estou falando da coluna que assinei neste espaço na última sexta-feira, "Guga não é tudo isso".
Não vou entrar no mérito de quão triste é o país que necessita de heróis para responder aos órfãos de Ayrton Senna, que não encontraram substituto à altura em Ronaldinho ou Rubens Barrichello e acabaram encostando o burro carregado de esperança na sombra do Guga.
Já não me espanto mais com aqueles termocéfalos que preferem ler o que convém àquilo que está impresso no papel.
Se os "florianopolitanos" desejam considerar depreciativa a expressão "um ovo", usada para definir um lugar pequeno desde os tempos em que o tênis era jogado com a palma da mão, não tem a menor importância.
Usei a expressão para explicar os "seis graus de separação" entre o pessoal de Floripa e o Guga, mas, nas mensagens que recebi de leitores que se sentiram ultrajados pela coluna, notei que a referência foi solenemente ignorada. Vai ver que o erro foi meu, por imaginar que os nativos de Florianópolis conhecessem o divertido jogo "seis graus de separação", extraído da peça e do filme homônimos e que gerou um monte de sites na Internet.
Que me desculpem os xiitas que precisam preencher o vazio deixado por Senna, mas eu continuo me reservando o direito de admirar o Guga apenas quando ele está dentro da quadra.
Posso apostar que o bicampeão de Roland Garros será capaz de chegar à final em Wimbledon. Torço para que isso aconteça.
O que eu não posso é aplaudir má-criação e achar graça em um guri que trata mal mulher, como todo bom surfista que se preze.
Não é virando a cara para o que não queremos ver que a gente irá recuperar a auto-estima perdida naquele domingo tenebroso, no stade de France.

Na semana passada estive na festa "black tie" que levou mais de 3.000 pessoas ao Jockey para comemorar os 25 anos da revista "Vogue". Quando me dirigia à saída, cruzei a mulher de Fábio Monteiro de Barros, o suposto dono da Incal, que está preso acusado pelo desvio do dinheiro da construção do TRT.
Você, que paga seus impostos, está sentado? Coberta de jóias, a dita cuja foi cumprimentada efusivamente na porta por vários membros da fina-flor paulistana.

QUALQUER NOTA

Ondas nocivas
Antonio Fagundes deveria tentar restringir ao estritamente necessário as conversas naquele telefone via satélite todo incrementado que está divulgando. Ou será que o ator nunca ouviu falar nos estudos ingleses, que levantam suspeitas de que o uso frequente do telefone celular pode causar câncer no cérebro?

O barquinho vai
Alô, Manoel Carlos! O que o coitado do telespectador fez de tão terrível para merecer ouvir os mesmos acordes de sempre de "bossa velha" durante os longos meses de duração de "Laços de Família"?


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