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RANKING
Estudo da Organização Mundial de Saúde indica que França possui o melhor desempenho de 191 nações avaliadas
Sistema de saúde do país é o 125º do mundo
DA REPORTAGEM LOCAL
A OMS (Organização Mundial
da Saúde) divulga oficialmente
hoje um ranking inédito sobre os
sistemas de saúde de 191 países. O
Brasil aparece na 125ª posição,
atrás de países como Paraguai, El
Salvador ou Butão.
Nas Américas, o Brasil supera
apenas Bolívia, Guiana, Peru,
Honduras e Haiti. O líder do ranking é a França, seguida por Itália,
San Marino, Andorra, Malta, Cingapura e Espanha.
Na outra ponta, Serra Leoa tem
o pior sistema de saúde do planeta, seguida por Myanma (ex-Birmânia), República Centro-Africana, Congo, Nigéria e Libéria.
É a primeira vez que a OMS faz
o ranking dos sistemas de saúde
em todo o mundo e avalia as redes
de acordo com sua eficácia, custo
por habitantes, igualdade no financiamento da saúde e a capacidade de promover justiça social.
Considerando-se só o quesito
igualdade no pagamento do sistema, o Brasil despenca para a 189ª
posição. Ou seja, é o terceiro país
mais desigual, e só é melhor que
Myanma e Serra Leoa.
O país americano mais bem colocado no ranking é a Colômbia
(22º), que, no quesito igualdade, é
o primeiro colocado. Segundo a
OMS, um pobre colombiano gasta US$ 1 por ano com saúde, enquanto um rico gasta US$ 7,6.
"O Brasil, uma nação de investimento médio, fica entre os últimos colocados em razão dos elevados desembolsos que a população destina para cobrir gastos
com saúde", diz o relatório.
A OMS faz os mesmos comentários para Peru, Rússia e China.
Segundo a organização, ocorrem falhas nos sistemas de saúde
porque os ministérios concentram-se no setor público e dão
pouca atenção ao setor privado,
geralmente muito maior.
Outra causa apontada pelo estudo é que, em alguns países, os médicos atendem simultaneamente
pacientes públicos e privados em
instalações públicas, o que significa um subsídio do setor público
para o setor privado. E uma consequente queda na capacidade e
na qualidade do setor público.
Ainda segundo o estudo, muitos governos fracassam em evitar
"um mercado negro" na saúde,
com corrupção generalizada, subornos, exercício ilegal da profissão e outras irregularidades.
"Muitos ministérios da Saúde não
fazem cumprir leis e regulações
que eles criaram", diz o texto.
O Brasil aparece mais bem colocado no quesito gasto sanitário
anual. Ocupa a 54ª posição, gastando US$ 428 per capita. A Argentina gasta US$ 823, a Albânia,
US$ 63, e Angola, US$ 47.
Os países com os piores índices
ficam ao sul do Saara, na África,
com baixa esperança de vida e
com a Aids como um dos principais problemas de saúde pública.
Nos países industrializados, há
os maiores investimentos públicos em saúde. Nesses países, cerca
de 25% dos gastos do setor são
privados. Na Índia, 80% dos gastos são pagos pelo paciente quando utiliza algum serviço de saúde.
Segundo o relatório, com uma
rede ruim, muitas famílias gastam
mais do que podem em urgência
repentina. "As doenças conduzem a população mais pobre ao
endividamento", diz o texto.
Apesar de serem os maiores investidores sanitários per capita,
na classificação geral, os Estados
Unidos aparecem em 6º lugar na
América e em 37º no mundo.
No Oriente Médio, Omã apresentou os melhores resultados
globais e ficou em 8º lugar no ranking mundial. A OMS atribuiu ao
país um grande investimento em
saúde nos últimos 30 anos.
Segundo o relatório, em 1970, o
sistema de saúde de Omã era
ruim e a taxa de mortalidade infantil, alta. Mas houve grandes investimentos do governo na área,
que melhoraram o atendimento.
Na Ásia, Cingapura (6º) e Japão
(10º) tiveram os melhores resultados. Nas Américas, destacam-se
Chile, Costa Rica e Cuba.
Serra Leoa teve índice geral zero. É o país que menos gasta per
capita na área sanitária, US$ 31, e
que apresenta a menor expectativa de vida: 25,9 anos.
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