São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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TRANSPORTE

Paralisação afetou 500 mil

Acordo no TST fracassa; ônibus deve parar na 2ª

DA REPORTAGEM LOCAL

Motoristas e viações da cidade de São Paulo não chegaram a um acordo ontem durante audiência de conciliação no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília, e a capital paulista deverá enfrentar uma greve de ônibus por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira.
A decisão definitiva sairá de assembléia na tarde de hoje no sindicato dos trabalhadores, mas a diretoria da entidade já considera a mobilização como certa. O sistema de ônibus transporta 3,6 milhões de passageiros diariamente.
Ontem, houve uma paralisação parcial, das 3h às 6h, que prejudicou 500 mil usuários, segundo a SPTrans, responsável pelo transporte coletivo na capital paulista.
A categoria quer que as empresas cumpram uma decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que fixou reajuste de 8% dos salários e do vale-refeição, subsídio de R$ 50 do convênio médico e manutenção das cláusulas sociais do dissídio coletivo.
O Transurb (sindicato patronal) recorreu ao TST, que manteve os principais benefícios, mas suspendeu seis cláusulas do dissídio que haviam sido avalizadas no TRT -por exemplo, garantia de emprego para aposentados, aceitação de atestados médicos, auxílio funeral e manutenção da jornada de trabalho de sete horas.
"Queremos que a decisão do TRT seja reconhecida. A gente não vai aceitar nenhuma alteração do acordo coletivo", afirmou Francisco Xavier da Silva Filho, diretor-executivo do sindicato dos trabalhadores.
A reunião entre patrões e empregados ontem durou mais de duas horas. O presidente em exercício do TST, ministro Ronaldo Lopes Leal, chegou a propor uma elevação de 6% em relação aos salários de maio de 2001, sugestão recusada pelos motoristas, que aceitavam a alta de 6% só em relação a setembro do mesmo ano.
O TST também fez uma série de propostas envolvendo mudanças na atual jornada de trabalho da categoria, mas que também foram recusadas. Lopes Leal lamentou a ausência da Prefeitura de São Paulo nas negociações.
Ele vai reavaliar, a pedido do Transurb, a decisão anterior do TST, que manteve as principais determinações do TRT, suspendendo apenas seis cláusulas.
O Transurb informou que não falaria ontem por causa da condução das negociações no TST.
O secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, também não quis se manifestar.



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