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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003
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ATAQUE EM SANTO ANDRÉ Sem provas, suspeitos de atirar em seguranças de filho de Lula são soltos; há novos retratos falados Após "empolgação", investigação recomeça
GILMAR PENTEADO DA REPORTAGEM LOCAL Depois de dar o caso como esclarecido e, horas mais tarde, libertar dois suspeitos por falta de provas, a polícia paulista voltou à estaca zero ontem na investigação sobre o ataque aos militares que faziam a segurança de Sandro Luiz, 24, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O subtenente Alcir José Tomasi, 44 -enterrado ontem, em Santa Maria (RS)-, e o cabo Nivaldo Ferreira dos Santos, 29, foram baleados por assaltantes na quarta-feira à noite, em Santo André (Grande SP). O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, admitiu que houve "empolgação" no caso. Dois novos retratos falados foram divulgados ontem a partir de informações de uma testemunha. O retrato feito por Santos, divulgado anteontem, foi descartado. A cautela em relação aos dados fornecidos pelo cabo foi adotada principalmente depois da prisão de dois irmãos em Heliópolis (zona sul de SP). Santos teria inicialmente reconhecido um dos jovens, mas voltou atrás. Exames periciais também inocentaram os irmãos. A arma encontrada em Heliópolis não é a mesma do crime. O confronto entre vestígios no carro dos seguranças e as digitais dos irmãos também foi negativo. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, chegou a dizer anteontem que tinha recebido informação da Secretaria da Segurança Pública de que as digitais dos dois suspeitos eram "99%" semelhantes às colhidas no carro. "Não digo que houve precipitação. A polícia se empolgou com a possibilidade de um resultado concreto, mas ninguém esculachou ninguém", afirmou o secretário ontem. Os novos retratos falados são bem diferentes do primeiro, feito pelo cabo. Ele descreveu um homem de cavanhaque. Nenhum dos dois suspeitos descritos pelo morador tem barba. Segundo o delegado de Santo André Oswaldo Fuentes Jr., o cabo disse, ao ver os novos retratos, que tem 90% de certeza de serem os homens que o atacaram. Fuentes Jr. afirmou que os seguranças foram abordados quando estavam no interior do carro. A polícia ainda não conseguiu localizar o outro veículo usado pelos criminosos na fuga. "Tudo é difícil. É procurar duas pessoas no meio de milhões", afirmou o delegado. Ele disse que a polícia recebeu ontem 15 denúncias anônimas que foram investigadas. Foram realizadas buscas no Jardim Elba (zona leste de SP), mas ninguém foi preso. Segundo o delegado, Santos foi ouvido oficialmente ontem à noite, antes de receber alta hospitalar. Colaborou o "Agora" Próximo Texto: Olívio Dutra representa Lula em enterro Índice |
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