São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2006

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Entrevista

"Se ela pegar uma pena lá, não vai sobreviver"

DA SUCURSAL DO RIO

O técnico em eletrônica Maurílio Wress, 50, não acredita que a filha Ângela soubesse que levava cocaína na mala. Ele e a mulher, Isalete (que tem câncer), estão tomando remédios para superar o trauma e a angústia. Para ele, uma condenação na Turquia seria como uma sentença de morte. "Se pegar pena lá, não sobrevive", diz. Para ele, a ajuda da família para a polícia poderá ajudar no julgamento.

 

FOLHA - Como o sr. descobriu que ela foi presa?
MAURÍLIO WRESS -
Ela foi trabalhar como babá em São Paulo em 8 de dezembro e não tivemos mais contato. Sabia que conheceu uma pessoa pela internet. Como sumiu, ficamos de cabeça quente e verificamos o computador dela. Ele [rapaz que teria dado a mala com a droga] a convidava a conhecer o mundo. Fomos à polícia e, em janeiro, disseram que ela estava detida na Turquia.

FOLHA - Como está a Ângela?
WRESS -
Desesperada e desanimada. Ela paga por luz, água, papel higiênico. Antes, tinha dinheiro, mas agora pega emprestado.

FOLHA - Como está a família?
WRESS -
A gente entrou em desespero. Minha mulher tem tumor no ovário, está muito doente e piorou. Ainda cuidamos do filhinho que Ângela deixou, Gustavo, 2. Vivemos à base de remédios e psicólogo.

FOLHA - Qual é a sua expectativa para o julgamento?
WRESS -
Esperamos a absolvição. Se pegar uma pena, não sobrevive. Está tomando morfina, tem uma válvula mitral metálica (prótese). Mandei e-mail até para o Lula. Responderam dizendo que ajudaria.


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