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Dirigente dos bingos já atuou com suspeito
Danielle Chiorino Figueiredo, da Associação dos Bingos, defendeu causa com advogado suspeito de subornar policiais civis de SP
Corregedoria da Polícia Civil tem indícios que podem identificar agente da
3ª Delegacia Seccional que teria exigido propina
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A presidente executiva da
Abrabin (Associação Brasileira
dos Bingos), a advogada Danielle Chiorino Figueiredo, já
atuou com o advogado Jamil
Chokr no meio jurídico na defesa de empresas de "diversões
eletrônicas", como ambos tratam locatários e donos de máquinas caça-níqueis.
Chokr é investigado pela Polícia Civil de São Paulo pela suspeita de liderar esquema de pagamento de propina a policiais
e servidores municipais para
permitir o funcionamento de
máquinas caça-níqueis. Danielle Figueiredo, segundo investigações da PF, também é suspeita de pagar a policiais para favorecer bingos irregulares.
A ligação profissional entre
os dois advogados é investigada
também pela delegada Cintia
Maria Quaggio, da Corregedoria da Polícia Civil, responsável
por desvendar a rede de influências de Chokr na polícia.
O processo em que atuaram
juntos na defesa das empresas
de caça-níqueis está no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Envolveu outros quatro
advogados e, ao todo, 14 empresas de caça-níqueis. Chokr defendeu os interesses da Administradora e Comércio Triângulo Ltda. Danielle advogou para quatro das 14 empresas.
Desde 25 de maio, quando se
envolveu num acidente de carro, Chokr é investigado. O governo de São Paulo afirma ter
afastado de suas funções, sem
revelar quem são e onde trabalham, 20 dos 27 policiais identificados como suspeitos de
atuar no esquema.
Na quebra do sigilo telefônico de Chokr, a Corregedoria
achou na agenda o número de
Danielle. Na posição 189, está
registrado o número de Nextel
de um Fábio, que será investigado como o policial que anteriormente cobraria propina da
presidente executiva da Abrabin em nome da 3ª Delegacia
Seccional, na zona oeste de São
Paulo, como aponta a Operação
Têmis, da Polícia Federal.
Chama a atenção dos investigadores a maneira como esse e
vários outros números estão
gravados na memória do rádio
Nextel de Chokr. O de Fábio,
por exemplo, está registrado
como "3 Fabio", assim como
vários outros em que, antes do
nome, há um número que é investigado hoje como sendo o de
um distrito policial da capital.
Nas anotações feitas à mão
por Chokr, aparece outra referência ao Fábio que seria da 3ª
Seccional e que pode ser o mesmo citado nos grampos da PF.
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