São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dirigente dos bingos já atuou com suspeito

Danielle Chiorino Figueiredo, da Associação dos Bingos, defendeu causa com advogado suspeito de subornar policiais civis de SP

Corregedoria da Polícia Civil tem indícios que podem identificar agente da 3ª Delegacia Seccional que teria exigido propina

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A presidente executiva da Abrabin (Associação Brasileira dos Bingos), a advogada Danielle Chiorino Figueiredo, já atuou com o advogado Jamil Chokr no meio jurídico na defesa de empresas de "diversões eletrônicas", como ambos tratam locatários e donos de máquinas caça-níqueis.
Chokr é investigado pela Polícia Civil de São Paulo pela suspeita de liderar esquema de pagamento de propina a policiais e servidores municipais para permitir o funcionamento de máquinas caça-níqueis. Danielle Figueiredo, segundo investigações da PF, também é suspeita de pagar a policiais para favorecer bingos irregulares.
A ligação profissional entre os dois advogados é investigada também pela delegada Cintia Maria Quaggio, da Corregedoria da Polícia Civil, responsável por desvendar a rede de influências de Chokr na polícia.
O processo em que atuaram juntos na defesa das empresas de caça-níqueis está no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Envolveu outros quatro advogados e, ao todo, 14 empresas de caça-níqueis. Chokr defendeu os interesses da Administradora e Comércio Triângulo Ltda. Danielle advogou para quatro das 14 empresas.
Desde 25 de maio, quando se envolveu num acidente de carro, Chokr é investigado. O governo de São Paulo afirma ter afastado de suas funções, sem revelar quem são e onde trabalham, 20 dos 27 policiais identificados como suspeitos de atuar no esquema.
Na quebra do sigilo telefônico de Chokr, a Corregedoria achou na agenda o número de Danielle. Na posição 189, está registrado o número de Nextel de um Fábio, que será investigado como o policial que anteriormente cobraria propina da presidente executiva da Abrabin em nome da 3ª Delegacia Seccional, na zona oeste de São Paulo, como aponta a Operação Têmis, da Polícia Federal.
Chama a atenção dos investigadores a maneira como esse e vários outros números estão gravados na memória do rádio Nextel de Chokr. O de Fábio, por exemplo, está registrado como "3 Fabio", assim como vários outros em que, antes do nome, há um número que é investigado hoje como sendo o de um distrito policial da capital.
Nas anotações feitas à mão por Chokr, aparece outra referência ao Fábio que seria da 3ª Seccional e que pode ser o mesmo citado nos grampos da PF.


Texto Anterior: Policial diz não conhecer a entidade
Próximo Texto: Filho de Chacrinha é preso suspeito de elo com caça-níquel
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.