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Visibilidade no exterior é desafio para universidade
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Comparações feitas pela Folha nas bases de dados do MEC,
da Capes e de institutos que
medem a produção científica
mostram que, apesar das constantes paralisações, a USP continua se destacando no cenário
nacional. Seu desafio, no entanto, é ter mais reconhecimento internacional.
O indicador em que a USP
mais se sobressai é o de produção científica, medida pelo número de artigos publicados em
periódicos especializados. Em
2007, ela respondia, sozinha,
por 23% de todos os trabalhos
brasileiros, percentual que tem
se mantido estável (variando de
21% a 23%) desde 2001.
Uma conta feita pelo Instituto Lobo, no período de 2000 a
2005, indica que a USP não tem
apenas volume. A média de trabalhos científicos publicados
por doutor em regime de tempo integral é alta (4,9 no período), perdendo apenas da Unicamp (5,0) nas dez instituições
comparadas pela Folha.
A alta produção acadêmica é
resultado do grande número de
programas de pós-graduação
avaliados pela Capes. Foram
211 em 2007, mais que o dobro
da segunda universidade em
número de programas: a
Unesp, com 104.
A média dos conceitos da
USP na avaliação da Capes foi
de 5,1 (numa escala de 0 a 7).
Novamente, somente a Unicamp a supera nesse indicador,
com média de 5,2.
Como a USP se recusa a participar da avaliação do MEC na
graduação, não é possível compará-la neste quesito.
Mas, mesmo com boa parte
de seu corpo docente dedicado
à pesquisa, os dados do censo
da educação superior do MEC
de 2007 mostram que ela consegue ser mais eficiente na relação de alunos por professores
na graduação em comparação
com outras universidades.
Sua relação de alunos por docente foi de 9,7. A UFRJ, com
menor volume de produção
científica e menor produtividade por doutor, teve média 7,7.
Na Unicamp, a média é 8.
Apesar da liderança no cenário nacional, a USP ainda está
distante das melhores universidades do mundo.
"Pela estrutura que tem, a
USP tem condições de se sair
melhor em comparações internacionais", diz Oscar Hipolito,
ex-diretor do Instituto de Física da USP-São Carlos e consultor do Instituto Lobo,
No levantamento do jornal
britânico "The Times", ela apareceu em 2008 apenas na 196ª
posição. Na comparação do
Conselho Superior de Investigações Científicas, da Espanha,
é a 87ª, tendo apenas a Universidade Autônoma do México à
frente na América Latina.
O pró-reitor de pós-graduação da USP, Armando Corbani
Ferraz, diz que a universidade
trabalha para aumentar sua visibilidade internacional.
"O ranking do "The Times",
por exemplo, investiga os
egressos de determinadas universidades contratados por
grandes multinacionais, que
têm preferência por um perfil
de profissional que não está na
América Latina."
Segundo o pró-reitor, o aumento do intercâmbio internacional de alunos, a maior exposição de linhas de pesquisas da
universidade no exterior e a articulação de redes de pesquisas
são estratégias em andamento
para aumentar a visibilidade da
USP no mundo.
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