|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANTONIO AUGUSTO DOS SANTOS NOGUEIRA (1918-2009)
Quase aos 90, o engenheiro ainda participava de bancas
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Devido à ausência de água
tratada naqueles anos 20, em
Salvador (BA), duas irmãs de
Antonio Augusto dos Santos
Nogueira morreram vítimas
de uma infecção intestinal.
Na mesma época, Antonio e
parte de sua família retornaram à sua terra natal: Portugal. A exceção foi seu pai, que
aqui ficou e aqui fundou uma
fábrica de filtros d'água.
Mas, aos 15, Antonio veio ao
Brasil novamente -dessa vez,
para ficar. Em SP, formou-se
em engenharia pela USP.
Da Poli, foi professor titular
de hidráulica e vice-diretor
-aposentou-se, compulsoriamente, aos 70 anos. Até
2007, entretanto, continuou
orientando e participando de
bancas de doutorado.
Trabalhou também em usinas e em Congonhas.
Em 1967, perdeu um filho,
de 19 anos, num acidente de
automóvel. Há três meses,
morreu sua mulher, uma professora primária com quem
foi casado por mais de 60
anos. Ela sofria de Alzheimer.
"Ele sentava numa poltrona ao lado dela e ficava o tempo todo ali", lembra uma das
filhas, a médica Maria Claudia Zerbini. Depois da perda,
diz ela, Antonio falava que
não ia viver muito mais.
A única bisneta, nascida
cinco dias após a morte da
mulher, era o que o alegrava.
Morreu domingo, aos 91,
do coração. Deixa três filhas e
sete netos. A missa de sétimo
dia foi ontem, em SP.
obituario@grupofolha.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Bicho de tabagista tem mesma doença de fumante passivo Índice
|