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Chuvas matam ao menos 31 no Nordeste
Total de vítimas pode subir, já que apenas em União dos Palmares (AL) há aproximadamente mil desaparecidos
Estimativa é que em Alagoas e Pernambuco cerca de 90 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas
JOÃO PAULO GONDIM
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO
Os fortes temporais que
atingiram Pernambuco e
Alagoas na última semana
mataram 31 pessoas e deixaram quase 90 mil desabrigados ou desalojados, de acordo com a Defesa Civil desses
dois Estados.
A Defesa Civil alagoana informou ontem que há ainda
pelo menos mil desaparecidos em União dos Palmares
(81 km de Maceió). O termo
refere-se a quem está fora de
casa e não foi localizado. O
governador Teotonio Vilela
Filho (PSDB) decretou estado
de calamidade pública.
A chuva da última quinta
castigou 21 municípios da Zona da Mata e matou ao menos 19 pessoas em Alagoas
-União dos Palmares (seis),
Branquinha (três), Rio Largo
(três), São Luís do Quitunde
(três), Santana do Mundaú
(dois), Joaquim Gomes (um),
e Paulo Jacinto (um).
Há mais de 57 mil pessoas
desabrigadas ou desalojadas. Pelo menos 4.164 casas
foram destruídas. Das três rodovias federais que cruzam o
Estado, só a BR-104, que vai
do Rio Grande do Norte a Alagoas, foi liberada.
Um helicóptero distribuiu
medicamentos em Santana
do Mundaú, que está isolada.
Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, choveram
320 mm nos primeiros 17 dias
de junho -o índice esperado
para mês era de 280 mm.
Outro fator que resultou
na tragédia foi o aumento no
volume dos rios cujos afluentes passam por Pernambuco
e transbordaram com as chuvas do Estado vizinho.
PERNAMBUCO
Os temporais na região
metropolitana de Recife começaram domingo. Na Zona
da Mata pernambucana, foram de terça-feira a sábado.
Segundo o governo estadual, 12 pessoas morreram
-a maioria na região metropolitana, que sofreu com
deslizamentos. Foi anunciada a liberação de R$ 50 milhões para a recuperação.
A prioridade, de acordo
com o governo estadual, é o
resgate de pessoas isoladas
nas zonas rurais, devido a
cheias de rios. Até a noite de
ontem, 850 haviam sido resgatadas por embarcações e
outras 480 por via aérea.
O Estado contabiliza mais
de 29 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas.
No interior, há dificuldade
de acesso a algumas cidades,
que sofrem também com falta de água e de energia elétrica. Há ainda problemas nas
linhas telefônicas.
Em Palmares (129 km de
Recife), a cheia do rio Una fez
com que água subisse mais
de quatro metros acima do
normal, derrubando duas
pontes da BR-101. Outras cidades parcialmente isoladas,
segundo a Defesa Civil, são
Barreiros e Água Preta, ambas na Zona da Mata.
Ontem, não choveu forte
nem em Pernambuco nem
em Alagoas. A previsão, segundo a Defesa Civil, é que
não ocorram novos temporais nos próximos dias.
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