São Paulo, quarta-feira, 21 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO

Sindicância vai determinar se houve falha ou conivência, diz presidente

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Febem de São Paulo, Marcos Antônio Monteiro, afirma que só a sindicância aberta para apurar o caso vai determinar se houve falha da estrutura física de contenção ou conivência de funcionários.
"Se você não tiver conivência, fica muito difícil permitir uma fuga naquele espaço físico", diz Monteiro. Ele informa, no entanto, que até agora não foi encontrado nenhum indício de envolvimento de funcionários no episódio.
Questionado sobre erros no sistema de contenção, já que todos fugiram pela porta da frente e não houve apoio externo, Monteiro diz que só a investigação feita pela Corregedoria da Febem vai esclarecer se houve falha da estrutura.
"A sindicância vai dizer se houve falha da estrutura, se precisamos modificá-la ou se, na verdade, existem outras razões", afirmou Monteiro.
O presidente da Febem também disse que a suposta maior resistência do concreto, para evitar que ferros da estrutura do prédio se transformem em armas usadas pelos internos, também será analisada pela instituição.
Na última sexta-feira, em uma revista, policiais encontraram diversas facas artesanais e barras de ferros com os adolescentes. Anteontem, três dias depois, os internos renderam os funcionários e fugiram usando os mesmos tipos de armas improvisadas.
A revista foi feito porque a Febem soube antecipadamente que internos pretendiam fugir ou se rebelar. Mesmo assim, a instituição não conseguiu evitar a fuga.
Para a Febem, a greve dos funcionários fragiliza a segurança nas unidades. Segundo Monteiro, a orientação para os diretores é registrar boletim de ocorrência na polícia quando não for garantida a presença de 70% dos funcionários previstos no plantão.
Dos 17 funcionários do plantão na unidade 37, apenas nove estavam trabalhando quando ocorreu o episódio, anteontem à noite, segundo a assessoria da fundação.
Também de acordo com a Febem, no horário da fuga -22h30- todos os adolescentes da unidade deveriam estar trancados em seus quartos.
A fundação nega que os internos não estejam recebendo atendimento pedagógico, como denunciou o sindicato dos funcionários. Segundo a assessoria da Febem, a unidade 37 tem cursos de informática, manutenção de microcomputador, dança e violão, além do ensino formal.
As aulas só estariam paralisadas desde sexta-feira, segundo a fundação, por causa da revista feita na unidade. Os serviços estavam sendo mantidos mesmo durante a greve dos funcionários.


Texto Anterior: Para sindicato, blindagem não contém internos
Próximo Texto: Rumos de São Paulo: Para urbanistas, Plano Diretor não tem foco
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.