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OUTRO LADO
Sindicância vai determinar se houve falha ou conivência, diz presidente
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Febem de São
Paulo, Marcos Antônio Monteiro,
afirma que só a sindicância aberta
para apurar o caso vai determinar
se houve falha da estrutura física
de contenção ou conivência de
funcionários.
"Se você não tiver conivência, fica muito difícil permitir uma fuga
naquele espaço físico", diz Monteiro. Ele informa, no entanto, que
até agora não foi encontrado nenhum indício de envolvimento de
funcionários no episódio.
Questionado sobre erros no sistema de contenção, já que todos
fugiram pela porta da frente e não
houve apoio externo, Monteiro
diz que só a investigação feita pela
Corregedoria da Febem vai esclarecer se houve falha da estrutura.
"A sindicância vai dizer se houve falha da estrutura, se precisamos modificá-la ou se, na verdade, existem outras razões", afirmou Monteiro.
O presidente da Febem também
disse que a suposta maior resistência do concreto, para evitar
que ferros da estrutura do prédio
se transformem em armas usadas
pelos internos, também será analisada pela instituição.
Na última sexta-feira, em uma
revista, policiais encontraram diversas facas artesanais e barras de
ferros com os adolescentes. Anteontem, três dias depois, os internos renderam os funcionários
e fugiram usando os mesmos tipos de armas improvisadas.
A revista foi feito porque a Febem soube antecipadamente que
internos pretendiam fugir ou se
rebelar. Mesmo assim, a instituição não conseguiu evitar a fuga.
Para a Febem, a greve dos funcionários fragiliza a segurança nas
unidades. Segundo Monteiro, a
orientação para os diretores é registrar boletim de ocorrência na
polícia quando não for garantida
a presença de 70% dos funcionários previstos no plantão.
Dos 17 funcionários do plantão
na unidade 37, apenas nove estavam trabalhando quando ocorreu
o episódio, anteontem à noite, segundo a assessoria da fundação.
Também de acordo com a Febem, no horário da fuga
-22h30- todos os adolescentes
da unidade deveriam estar trancados em seus quartos.
A fundação nega que os internos não estejam recebendo atendimento pedagógico, como denunciou o sindicato dos funcionários. Segundo a assessoria da
Febem, a unidade 37 tem cursos
de informática, manutenção de
microcomputador, dança e violão, além do ensino formal.
As aulas só estariam paralisadas
desde sexta-feira, segundo a fundação, por causa da revista feita
na unidade. Os serviços estavam
sendo mantidos mesmo durante
a greve dos funcionários.
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