São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2005

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SAÚDE

A partir do próximo dia 1º, central telefônica passará a registrar atendimentos em outras unidades do governo estadual

HC agendará consulta para outras unidades

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de 1º de agosto, o Hospital das Clínicas de São Paulo passará a agendar consultas a serem realizadas nos 13 ambulatórios de especialidades mantidos pelo Estado na capital. Nessa data, o HC também deixará de atender casos simples, como as consultas ginecológicas de rotina.
O anúncio foi feito ontem pelo secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. A utilização da central de atendimento do HC é para evitar que o paciente fique sem o atendimento básico.
"Vamos ter um período de transição. O paciente vai ser orientado de que deve procurar atendimento em uma unidade de saúde mais simples e será marcada a consulta em um dos nossos ambulatórios de especialidades", disse ele.
De acordo com o secretário, a central telefônica do HC será desativada gradualmente até o dia em que a população deixar de utilizá-la. "Nesse dia a gente desativa o número de telefone."
Porém, a secretária municipal da Saúde, Maria Cristina Cury, tem outros planos para a central do HC (0/xx/11/3066-3000). Ela diz que levará uma proposta ao secretário Barradas Barata para que o número telefônico seja usado em definitivo para a marcação de consultas nos ambulatórios de especialidade do Estado e também nos 14 da prefeitura.
"A gente está estudando uma mudança para que esse número possa continuar atendendo à população, para que ela não fique sem esse recurso a que já está acostumada", afirmou Cury.
A alteração no serviço do HC -não oferecer mais consultas simples- está de acordo com os princípios do SUS (Sistema Único de Saúde). No entanto, especialistas apontam que a mudança poderá demonstrar a fragilidade das unidades básicas de saúde. "As consultas que já estão no HC precisam ser transferidas paulatinamente. Até para que não haja tumulto nas unidades básicas", afirmou a secretária.
Até o momento, no entanto, não há informações sobre de quanto será o aumento na procura pelas unidades básicas.
A alteração no HC mostra uma queda-de-braço entre o prefeito José Serra (PSDB) e o governo. Um assessor próximo a Serra diz que o prefeito teme a mudança, já que, quando aconteceu o processo de municipalização de unidades então sob comando do Estado, o governo travou o processo, demorando a apresentar um cronograma de transferência dos serviços para o município.
"Eestamos em conversação para fazer essa mudança do HC da melhor maneira, sem prejudicar, sem deixar a pessoa na rua. Ainda há várias providências a serem tomadas", afirmou Serra.
As negociações continuam. Logo depois que o HC anunciou que deixaria de oferecer as consultas, a secretária municipal chegou a dizer que o hospital havia recuado da medida. O HC contestou a declaração, e a própria secretária refez seu discurso. (SIMONE HARNIK)


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