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SAÚDE
A partir do próximo dia 1º, central telefônica passará a registrar atendimentos em outras unidades do governo estadual
HC agendará consulta para outras unidades
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de 1º de agosto, o Hospital das Clínicas de São Paulo
passará a agendar consultas a serem realizadas nos 13 ambulatórios de especialidades mantidos
pelo Estado na capital. Nessa data,
o HC também deixará de atender
casos simples, como as consultas
ginecológicas de rotina.
O anúncio foi feito ontem pelo
secretário estadual da Saúde, Luiz
Roberto Barradas Barata. A utilização da central de atendimento
do HC é para evitar que o paciente
fique sem o atendimento básico.
"Vamos ter um período de transição. O paciente vai ser orientado
de que deve procurar atendimento em uma unidade de saúde mais
simples e será marcada a consulta
em um dos nossos ambulatórios
de especialidades", disse ele.
De acordo com o secretário, a
central telefônica do HC será desativada gradualmente até o dia
em que a população deixar de utilizá-la. "Nesse dia a gente desativa
o número de telefone."
Porém, a secretária municipal
da Saúde, Maria Cristina Cury,
tem outros planos para a central
do HC (0/xx/11/3066-3000). Ela
diz que levará uma proposta ao
secretário Barradas Barata para
que o número telefônico seja usado em definitivo para a marcação
de consultas nos ambulatórios de
especialidade do Estado e também nos 14 da prefeitura.
"A gente está estudando uma
mudança para que esse número
possa continuar atendendo à população, para que ela não fique
sem esse recurso a que já está
acostumada", afirmou Cury.
A alteração no serviço do HC
-não oferecer mais consultas
simples- está de acordo com os
princípios do SUS (Sistema Único
de Saúde). No entanto, especialistas apontam que a mudança poderá demonstrar a fragilidade das
unidades básicas de saúde. "As
consultas que já estão no HC precisam ser transferidas paulatinamente. Até para que não haja tumulto nas unidades básicas", afirmou a secretária.
Até o momento, no entanto,
não há informações sobre de
quanto será o aumento na procura pelas unidades básicas.
A alteração no HC mostra uma
queda-de-braço entre o prefeito
José Serra (PSDB) e o governo.
Um assessor próximo a Serra diz
que o prefeito teme a mudança, já
que, quando aconteceu o processo de municipalização de unidades então sob comando do Estado, o governo travou o processo,
demorando a apresentar um cronograma de transferência dos serviços para o município.
"Eestamos em conversação para fazer essa mudança do HC da
melhor maneira, sem prejudicar,
sem deixar a pessoa na rua. Ainda
há várias providências a serem tomadas", afirmou Serra.
As negociações continuam. Logo depois que o HC anunciou que
deixaria de oferecer as consultas,
a secretária municipal chegou a
dizer que o hospital havia recuado
da medida. O HC contestou a declaração, e a própria secretária refez seu discurso.
(SIMONE HARNIK)
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