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Advogado "some" e ressurge de óculos escuros
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO
Depois de um dia de suspense, quando sumiu do Fórum
Criminal da Barra Funda, onde
acontece o julgamento dos assassinos do casal Von Richthofen, para tratar um suposto
problema na retina, o advogado
de Suzane, Mauro Otávio Nacif,
reapareceu, às 17h.
A bordo de um óculos de lentes pretas, Nacif só mostrou os
olhos depois de se certificar
que o sol já estava baixo. Então,
vergou o corpo e a cabeça para o
lado esquerdo e assim passou
20 minutos dando entrevista.
Também foi nessa posição
que ele entrou no plenário e, assim, aproximou-se de Suzane
para cumprimentá-la. "Meu
médico me orientou a ficar assim, para evitar que o problema
na retina se agravasse."
Ele explicou que neste ano se
submeteu a cirurgia de catarata
nos dois olhos e que esse procedimento teria causado um descolamento da retina esquerda.
Segundo Nacif, o problema
não teve relação com a tosse renitente que vem apresentando
no plenário, decorrente de uma
bronquite. O advogado disse ter
ficado com a vista embaçada na
madrugada de ontem. Pela manhã, foi procurar atendimento.
Os médicos aplicaram-lhe gás
no olho e o liberaram. Também
marcaram cirurgia na próxima
segunda, quando o julgamento
de Suzane já estará encerrado.
De manhã, os demais advogados de Suzane procuraram o
juiz e comunicaram-lhe o problema do colega. O juiz tranqüilizou-os dizendo que pretendia
realizar só a leitura de partes do
processo e a exibição do vídeo
da reconstituição do crime.
Só hoje a presença de Nacif
seria importante, quando se
realizarão os debates entre as
partes.
Formado em 1969 na Universidade Mackenzie, Nacif, 61,
tem marcado sua ação nesse caso pelas perguntas repetitivas,
por frases de efeito e problemas
gerados, segundo ele, por uma
bronquite pulmonar.
Anteontem, durante um dos
depoimentos, ele deixou o plenário com o microfone. Segundos depois, para espanto das
cerca de 300 pessoas na platéia,
do juiz, promotores, advogados, jurados e até réus, ouviu-se
uma tosse estrepitosa, que se
prolongou por mais de um minuto. Por fim, o som de alguém
que cuspia ruidosamente.
Ele relata que já trabalhou
em mais de 700 júris, algumas
vezes ao lado de expoentes como o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Em 1993,
ganhou o prêmio de criminalista do ano concedido pela Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo.
(LAURA CAPRIGLIONE E SERGIO TORRES)
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