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Marta propõe que Anac dê multas mais altas às empresas
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
A ministra Marta Suplicy
(Turismo) propôs e o ministro
Guido Mantega (Fazenda) encampou a proposta de estudar
um aumento nas multas da
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) para as empresas
aéreas que descumprirem normas e não derem a atenção devida aos passageiros em situações adversas, como, por exemplo, atrasos de vôos.
O ministro Waldir Pires (Defesa), que presidia a reunião do
Conac (Conselho Nacional de
Aviação Civil), foi "atropelado"
várias vezes pela chefe da Casa
Civil, Dilma Rousseff, que, na
prática, atuou como coordenadora das discussões. Pires já ia
encerrar os trabalhos, quando
Dilma interrompeu e disse que
faltava discutir as multas.
Ele defendeu então que o tema ficasse para a próxima reunião, porque envolvia complexas discussões jurídicas, mas
Dilma novamente interveio e
deu a palavra para Marta Suplicy, que lhe enviara um bilhetinho para alertar sobre a questão das multas, e a ministra do
Turismo disse que era muito
grave, que a população vinha
cobrando mais firmeza e que
não poderiam esperar.
Pires ainda tentou argumentar, mas Dilma bateu o martelo,
encomendando um estudo jurídico sobre as multas das companhias em 15 dias. Mantega
não só concordou como sugeriu que o conselho poderia decidir por telefone mesmo,
quando o estudo ficasse pronto.
Conforme a Folha apurou,
Dilma também demonstrou
impaciência com Pires quando
ele começou a ler as cinco páginas sobre as medidas que o governo iria anunciar em seguida.
Ela cortou a leitura secamente:
"Todo mundo já leu. Para que
perder tempo lendo de novo?"
Para os presentes, o comportamento da chefe da Casa Civil
refletiu o cansaço do próprio
presidente Lula com o ministro da Defesa, que é classificado
como inoperante e está com os
dias contados no governo.
Dados da Anac encaminhados para a CPI do Apagão Aéreo revelam que, desde sua
criação, em 2006, a agência recebeu das empresas apenas R$
89,8 mil de multas cobradas.
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