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Marco Aurélio nega "alívio" e pede desculpas
LETÍCIA SANDER
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após ter reagido com
um gesto obsceno à notícia sobre o defeito no Airbus, o assessor especial da Presidência
Marco Aurélio Garcia divulgou
nota em que ataca a imprensa,
nega ter expressado "satisfação" e, ao final, pede desculpas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratou o fato como
uma "infelicidade", segundo assessores próximos. Em nenhum momento, cogitou o
afastamento do ministro.
No texto da nota, as desculpas de Marco Aurélio ocupam
as últimas duas das 20 linhas.
No restante, ele argumenta que
sua reação foi "fundamentalmente de indignação", e não de
"alívio" ou "felicidade". E cobra: "os novos fatos [defeitos na
aeronave] mereceriam o reconhecimento de que houve precipitação e desinformação da
opinião pública".
Marco Aurélio afirma que
"sem nenhuma investigação ou
parecer técnico consistente,
importantes setores dos meios
de comunicação não hesitaram
em lançar sobre o governo responsabilidade da tragédia de
São Paulo, como já haviam feito
com a queda do avião da Gol".
O governo tem sido criticado
pela persistência da crise aérea,
iniciada há dez meses, e, mais
especificamente, por ter entregue a pista de Congonhas de
forma incompleta, o que pode
ter contribuído para a tragédia.
Em tese, a notícia do defeito no
sistema de frenagem da aeronave dá mais relevo à eventual
responsabilidade da TAM.
"Assim, o sentimento que extravasei, em privado, foi e é de
repúdio àqueles que trataram
sordidamente de aproveitar a
comoção que o país vive para
insistir na postura partidária de
oposição sistemática a um governo duas vezes eleito pela
imensa maioria do povo brasileiro", diz Marco Aurélio.
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