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Após acidente, IPT conclui que pista tem condições de atrito mesmo sem "grooving"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relatório parcial feito pelo
IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas) na pista principal do aeroporto de Congonhas, a pedido da Infraero após
o acidente com o Airbus da
TAM na terça, diz que o asfalto
no local tem condições de atrito
acima do padrão internacional
de qualidade mesmo sem o sistema de escoamento de água.
A ausência de "grooving", ranhuras para o escoamento de
água, é apontada por especialistas como um possível dificultador da frenagem da aeronave.
O IPT, ligado à Secretaria de
Desenvolvimento do Estado de
São Paulo, diz que o trabalho
tem "caráter de assessoramento técnico e não fiscalizador dos
seus serviços". Segundo o relatório, a pista principal de Congonhas passou pelo teste de
atrito em pista molhada conhecido como "mumeter", em que
simuladores de rodas recebem
película de água de 1 milímetro.
No teste, o coeficiente de
atrito nos locais onde os pneus
das aeronaves costumam tocar
durante o pouso ficou entre
0,68 e 0,73. No Brasil, o parâmetro é de 0,5. Já a Icao (Organização de Aviação Civil Internacional) recomenda o valor
mínimo de 0,42. Abaixo desse
valor, segundo o IPT, deve ser
informada a possibilidade de
pista escorregadia e, abaixo de
0,52, devem ser planejadas atividades de manutenção.
A medição do coeficiente de
atrito foi realizada no dia 13 de
julho, quatro dias antes do acidente. Ela faria parte de um relatório mais completo, que ainda será feito, mas foi antecipado devido ao acidente.
O relatório analisou também
a integridade do asfalto. A medição do IPT mostrou valor de
resistência entre 89% e 96%,
quando o mínimo requerido é
de 70%. Os relatórios finais serão entregues à Infraero em 27
de julho, 7 e 17 de agosto.
(ANGELA PINHO E FERNANDO RODRIGUES)
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