Polícia e Promotoria investigam caso de São Miguel Paulista

DO "AGORA"

Funcionários da Subprefeitura de São Miguel Paulista (zona leste de São Paulo) estariam envolvidos em um esquema de extorsão de camelôs semelhante ao da Mooca, que levou 11 pessoas à prisão no dia 11 de julho. A acusação é de ambulantes que trabalham da região.
Segundo eles, a região abriga uma quadrilha que cobra dinheiro dos camelôs ilegais em troca de avisos sobre os dias em que a fiscalização da prefeitura vai acontecer.
O Ministério Público Estadual já investiga o caso. O promotor José Carlos Blat deverá ouvir testemunhas a partir de amanhã. "Estamos investigando várias frentes. Já me trouxeram informações sobre esse outro caso", diz Blat.
O subprefeito de São Miguel, Napoleão Verdigueiro Peixinho, afirma que procurou a polícia para denunciar o suposto achaque a ambulantes após uma reunião com camelôs na última quinta-feira.
Segundo os camelôs, o esquema ocorre em um calçadão perto da esquina das ruas Arlindo Colaço e Serra Dourada, onde trabalham cerca de 250 ambulantes, sendo 120 ilegais.
Diferentemente da Mooca, onde cada camelôs tinha de pagar de R$ 20 a R$ 30 por semana, em São Miguel a coleta seria diária, de R$ 7 em média.
O aviso aos camelôs seria feito pelo coletor com o auxílio de um rádio de comunicação -por uma freqüência só conhecida pelos camelôs que aceitaram pagar a propina- ou por telefone celular.
Um dos ambulantes que atua na área há mais de dez anos disse que "o rapaz que coleta o dinheiro fica com uma parte para ele e passa o resto para os fiscais". Ao todo, cinco ambulantes confirmaram o esquema, quatro legalizados e um ilegal.
O presidente do Sindcisp (Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo), Afonso José da Silva, afirma que os esquemas de cobrança de propina de ambulantes existem em várias subprefeituras.
(JORGE SOUFEN JR)


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