São Paulo, quarta-feira, 21 de julho de 2010

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Filho de atriz morre após ser atropelado em túnel bloqueado

Caçula de Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, 18, andava de skate com amigos no túnel em manutenção

Carros estavam em alta velocidade, dizem amigos; motorista que o atropelou será indiciado por homicídio culposo

DIANA BRITO
KARINA DI NUBILA
DO RIO

Rafael Mascarenhas, 18, filho caçula da atriz Cissa Guimarães e do músico Raul Mascarenhas, morreu após ser atropelado ontem às 1h30 por um carro no túnel Acústico, extensão do Zuzu Angel.
Os túneis ligam São Conrado à Lagoa (zona sul).
O sentido Lagoa estava interditado para manutenção, como sempre ocorre nas madrugadas de terça-feira.
Rafael e dois amigos aproveitavam a interdição para descer de skate a pista, inclinada e em curva.
O uso de túneis fechados por skatistas, apesar de não autorizado pela CET-Rio, tem se tornado frequente.
Imagens da CET-Rio entregues à Polícia Civil mostraram um Siena preto e um Civic saindo do túnel. Rafael foi atropelado pelo Siena.
O motorista do veículo, Rafael de Sousa Bussamra, 25, o do Civic, Gabriel Henrique de Souza Ribeiro, 19, e Gustavo Miraldes Bulus, 19, passageiro no carro, se apresentaram à polícia no início da noite.
Em depoimento, Bussamra confessou ter atropelado Rafael, mas negou ter fugido sem prestar socorro.
Disse que, do celular, ele e os amigos tentaram chamar uma ambulância. A delegada Barbara Lomba Bueno, da 15ª DP (Gávea), afirmou que não houve omissão.
Bussamra será indiciado por homicídio culposo (não intencional). Hoje, deve se apresentar outro jovem, identificado como André, que estaria no Siena.

O ATROPELAMENTO
Por volta de 1h, a entrada do túnel Zuzu Angel em São Conrado havia sido bloqueada por um caminhão-reboque para o início dos trabalhos. A galeria no sentido inverso estava aberta.
Ligando as galerias há quatro saídas de serviço, usadas em emergências. É proibida a passagem de carros.
Nos depoimentos, os três ocupantes dos veículos disseram que seguiam para a Barra da Tijuca (zona oeste), onde moram, quando resolveram voltar para a zona sul em busca de um restaurante.
Decidiram tomar uma das saídas de serviço -alegaram não saber que o sentido oposto estava fechado.
Os amigos que acompanhavam Rafael afirmaram que os carros estavam em alta velocidade. Segundo os skatistas, com o impacto, Rafael foi jogado a quase 60 m.
No depoimento, Bussamra negou que estivessem fazendo "racha" e afirmou que estavam a 80 km/h.
Disse ainda ter sido parado por um carro da Polícia Militar e afirmado aos PMs que só iria à delegacia com um advogado. Teria sido, então, liberado com o compromisso de apresentar-se.
Segundo a delegada, os PMs levaram à DP a ocorrência do atropelamento.
Rafael foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Com uma série de fraturas, passou por cirurgia, mas morreu às 8h de hemorragia interna e politraumatismo. Muito abalada, Cissa Guimarães passou parte do dia no hospital.


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