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Filho de atriz morre após ser atropelado em túnel bloqueado
Caçula de Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, 18, andava de skate com amigos no túnel em manutenção
Carros estavam em
alta velocidade, dizem amigos; motorista que o atropelou será indiciado por homicídio culposo
DIANA BRITO
KARINA DI NUBILA
DO RIO
Rafael Mascarenhas, 18, filho caçula da atriz Cissa Guimarães e do músico Raul
Mascarenhas, morreu após
ser atropelado ontem às 1h30
por um carro no túnel Acústico, extensão do Zuzu Angel.
Os túneis ligam São Conrado à Lagoa (zona sul).
O sentido Lagoa estava interditado para manutenção,
como sempre ocorre nas madrugadas de terça-feira.
Rafael e dois amigos aproveitavam a interdição para
descer de skate a pista, inclinada e em curva.
O uso de túneis fechados
por skatistas, apesar de não
autorizado pela CET-Rio, tem
se tornado frequente.
Imagens da CET-Rio entregues à Polícia Civil mostraram um Siena preto e um Civic saindo do túnel. Rafael foi
atropelado pelo Siena.
O motorista do veículo, Rafael de Sousa Bussamra, 25, o
do Civic, Gabriel Henrique de
Souza Ribeiro, 19, e Gustavo
Miraldes Bulus, 19, passageiro no carro, se apresentaram
à polícia no início da noite.
Em depoimento, Bussamra confessou ter atropelado
Rafael, mas negou ter fugido
sem prestar socorro.
Disse que, do celular, ele e
os amigos tentaram chamar
uma ambulância. A delegada
Barbara Lomba Bueno, da
15ª DP (Gávea), afirmou que
não houve omissão.
Bussamra será indiciado
por homicídio culposo (não
intencional). Hoje, deve se
apresentar outro jovem,
identificado como André,
que estaria no Siena.
O ATROPELAMENTO
Por volta de 1h, a entrada
do túnel Zuzu Angel em São
Conrado havia sido bloqueada por um caminhão-reboque para o início dos trabalhos. A galeria no sentido inverso estava aberta.
Ligando as galerias há
quatro saídas de serviço, usadas em emergências. É proibida a passagem de carros.
Nos depoimentos, os três
ocupantes dos veículos disseram que seguiam para a
Barra da Tijuca (zona oeste),
onde moram, quando resolveram voltar para a zona sul
em busca de um restaurante.
Decidiram tomar uma das
saídas de serviço -alegaram
não saber que o sentido
oposto estava fechado.
Os amigos que acompanhavam Rafael afirmaram
que os carros estavam em alta velocidade. Segundo os
skatistas, com o impacto, Rafael foi jogado a quase 60 m.
No depoimento, Bussamra
negou que estivessem fazendo "racha" e afirmou que estavam a 80 km/h.
Disse ainda ter sido parado por um carro da Polícia
Militar e afirmado aos PMs
que só iria à delegacia com
um advogado. Teria sido, então, liberado com o compromisso de apresentar-se.
Segundo a delegada, os
PMs levaram à DP a ocorrência do atropelamento.
Rafael foi levado para o
Hospital Municipal Miguel
Couto, na Gávea. Com uma
série de fraturas, passou por
cirurgia, mas morreu às 8h
de hemorragia interna e politraumatismo. Muito abalada,
Cissa Guimarães passou parte do dia no hospital.
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