da Reportagem Local

O Estado e a Prefeitura de São Paulo arrecadaram R$ 56,9 milhões a mais em multas de trânsito no primeiro semestre deste ano, quando já vigorava o novo Código de Trânsito Brasileiro, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Isso significa um aumento desse tipo de arrecadação de 39,3%, no caso do Estado, e 34,8%, no da prefeitura. Ao todo, a receita oriunda das multas atingiu R$ 210,4 milhões em seis meses.
Em geral, é normal que a receita com multas aumente ano a ano, devido ao crescimento da frota circulante e dos mecanismos de fiscalização, como radares.

Acima da média

Mas o que se verificou nos últimos seis meses foi um aumento acima da média dos últimos anos. No caso da prefeitura, o crescimento dessa receita saltou de 7%, em 97, para 34,8%.
No Estado, a arrecadação com multas, que respondia por 0,33% da receita total de impostos em 94, passou a representar 0,78% desse valor.
Uma das explicações para o crescimento da receita com as multas de trânsito é a ampliação do número de equipamentos eletrônicos espalhados pela cidade de São Paulo.
Em 1997, entre fevereiro e junho, a CET registrou cerca de 1.284.000 infrações. No mesmo período deste ano, o número saltou para cerca de 1.539.000 -um aumento de 19,9%.
Mais radares
"Hoje, temos muito mais radares, caetanos (máquinas que fotografam quem ultrapassa o semáforo vermelho) e lombadas eletrônicas que em 1997, quando o sistema ainda estava funcionando em fase de testes", diz o diretor de operações da CET, Luis Carlos Santos Cunha.
Hoje, a cidade tem 60 radares, 26 lombadas (que controlam a velocidade nas vias) e 96 caetanos em cruzamentos, principalmente perto de escolas, onde o risco de atropelamento é maior.
E os equipamentos eletrônicos são hoje responsáveis por 35% das multas aplicadas pela CET. "Temos mais equipamentos para fiscalizar os infratores, mas acho que o motorista está mudando sua postura no trânsito. E a tendência é o número de mortes cair ainda mais", afirma Cunha.
(RODRIGO VERGARA e FABIO SCHIVARTCHE)



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