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VIOLÊNCIA
Projeto será votado em agosto e, segundo relator, vai apenas restringir a posse e dificultar comercialização
Câmara não deve proibir venda de armas
da Sucursal de Brasília
O projeto que reúne 25 propostas sobre uso de armas de fogo deverá ser votado em agosto na Comissão de Relações Exteriores e
Defesa Nacional da Câmara. O relator, deputado Alberto Fraga
(PMDB-DF), é contra a proibição
da venda e vai apenas restringir a
posse de armas.
Fraga é relator do projeto do governo que proíbe o porte e a venda de armas de fogo e munição,
exceto para órgãos de segurança
pública e empresas de vigilância.
Segundo ele, a proposta não vai
impedir a venda, mas dificultá-la.
"As pessoas não podem comprar
uma arma como compram um
sapato", disse. Para Fraga, a proibição da venda não contribui para
diminuir a violência, porque a
maioria das armas utilizadas em
crimes é clandestina.
Fraga disse que as pessoas poderão manter uma arma em casa,
mas serão proibidas de circular
armadas e terão de renovar o registro anualmente.
Haverá exceções quanto ao porte de arma de fogo. Juízes, promotores, policiais civis e militares e
membros das Forças Armadas
poderão circular com arma particular, segundo o deputado.
O projeto do relator estabelece
que, para comprar uma arma, as
pessoas terão de se submeter a
um curso para aprender a manuseá-la. "Hoje as pessoas compram
armas e não sabem usá-las."
Fraga deixa a regulamentação
desses cursos para lei posterior.
Pela legislação atual, a exigência
para que uma pessoa compre
uma arma é o atestado de bons
antecedentes.
Segundo a proposta do relator,
os servidores de órgãos de inteligência e de empresas de segurança poderão usar armas no serviço.
Fraga estabelece um prazo de
seis meses para que as pessoas
que têm armas se adaptem às regras. Na primeira semana de
agosto devem ser discutidas e votadas as propostas.
Na posse dos novos ministros, o
presidente Fernando Henrique
Cardoso afirmou que a aprovação
do projeto é uma das prioridades
do Ministério da Justiça.
O projeto enfrenta resistências
na Câmara, em especial na bancada gaúcha. As quatro fábricas de
armas em funcionamento no país
estão no Rio Grande do Sul.
Por proposta do deputado Paulo Paim (PT-RS), o projeto do governo será discutido na Comissão
de Trabalho, com a participação
de representantes das indústrias
de armas, dos trabalhadores no
setor, de órgãos de direitos humanos e do relator.
Paim disse que a intenção é discutir o reflexo do projeto do governo nos empregos gerados pelas indústrias de armas. Segundo
deputados gaúchos, essas empresas garantem 10 mil empregos diretos e 17 mil indiretos no Estado.
(LUIZA DAMÉ)
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