São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2007

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Na PB, mais 160 médicos param e situação piora

CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA

No dia em que os 160 médicos do PSF (Programa Saúde da Família) em João Pessoa entraram em greve, foi enterrado o corpo de uma mulher que não conseguiu marcar uma cirurgia cardíaca por causa da paralisação dos cardiologistas, iniciada na semana passada na cidade.
Elisângela de Sousa, 28, morreu anteontem de arritmia cardíaca. O Ministério Público do Estado abriu inquérito para investigar o caso e solicitou ao Conselho Regional de Medicina que apure suposta falta de ética dos médicos em não atender uma paciente em situação de emergência.
Na quinta-feira, médicos suspenderam cirurgias cardiovasculares agendadas nas únicas unidades -Hospital Santa Paula e Clínica Dom Rodrigo - credenciadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para realizar esse tipo de cirurgia em João Pessoa. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, são oito cardiologistas parados.
A Coopecir (Cooperativa de Cirurgiões da Paraíba) reivindica reajuste na tabela do SUS. A Promotoria deve se reunir hoje com a secretária municipal da Saúde, diretores dos hospitais credenciados e médicos cardiologistas. Se não houver acordo, entrará na Justiça para garantir o direito ao atendimento de urgência.
A Secretaria da Saúde de João Pessoa pediu abertura de inquérito policial para apurar suposta omissão de socorro pelo Hospital Santa Paula -onde Sousa tentava marcar cirurgia- e pela Coopecir.
O presidente da cooperativa não ligou de volta para a reportagem. No Hospital Santa Paula, ninguém da diretoria foi localizado.
A decisão pela greve dos médicos do PSF já havia sido tomada, por unanimidade, durante assembléia no dia 13. Cerca de 5.500 pessoas estão com o atendimento prejudicado por dia, segundo o sindicato dos médicos do Estado.
A secretaria diz que a população não está sendo prejudicada e que os postos estão em funcionamento. Os 160 médicos do PSF em João Pessoa querem equiparação salarial com os profissionais de Campina Grande, que recebem R$ 4.500.


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