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Serra promete diminuir reprovação pela metade
FÁBIO TAKAHASHI
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), lançou ontem um plano que pretende diminuir pela metade a reprovação na rede estadual e alfabetizar todas as crianças aos oito
anos até 2010. Algumas das
ações para atingir os objetivos
não foram detalhadas e outras
já eram conhecidas.
O anúncio foi feito quatro
dias antes da data prevista para
uma paralisação organizada
por sindicatos da categoria.
Atualmente, a taxa de reprovação na oitava série é 16,4%;
na primeira série do ensino
médio, 22% -números que
vêm aumentando nos últimos
anos. Sobre a alfabetização, a
estimativa é que 40% dos estudantes na Grande SP não estejam alfabetizados aos oito anos.
No total, o governo lançou
dez metas, que incluem aumentar em 10% o rendimento
da rede em exames de qualidade e melhoria na recuperação
dos alunos, entre outras.
Para chegar aos objetivos, o
Executivo apresentou dez
ações, algumas já anunciadas
antes e em andamento, como a
colocação de um professor-assistente nas classes de alfabetização e a diminuição dos ciclos,
de quatro para dois anos.
Uma das medidas que ainda
não estão em prática é a premiação por desempenho, antecipada pela Folha no dia 25.
Serra disse que será considerada a evolução de cada escola
anualmente, considerando, entre outros fatores, os resultados de avaliação de qualidade
(como Prova Brasil e Saresp).
As unidades que mais evoluírem ganharão mais recursos. O
governador disse, porém, que o
modelo de avaliação não está
pronto. Segundo a Folha apurou, as secretarias de Educação, Gestão, Fazenda e Planejamento apresentaram um modelo, mas Serra não concordou.
Outro anúncio do governo
foi o de dar uma gratificação
para diretores de escola, mas
não estão definidos os valores.
"O grande mérito desse plano é que São Paulo passa a ser o
primeiro Estado com um plano
de metas a serem atingidas",
disse a secretária da Educação,
Maria Helena de Castro.
Em abril, o governo federal
divulgou um plano que também prevê metas, tanto para
escolas quanto para as redes
(estaduais e municipais), para
serem atingidas até 2022. "Mas
estamos nos antecipando, para
2010", disse Maria Helena.
Lisandre Maria Castello
Branco, da Faculdade de Educação da USP, teme que o pacote não saia do papel. "Se não
houver um plano de ação prático, corre-se o risco de, mais
uma vez, tudo ficar no papel."
Já a coordenadora do curso
de pedagogia da Unicamp, Ângela Soligo, elogiou a idéia de
lançar um pacote. "O programa
de recuperação é essencial.
Mas tem de ser feito ao longo
do ano, com poucos alunos."
Colaborou DANIELA TÓFOLI, da
Reportagem Local
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