São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2007

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Serra promete diminuir reprovação pela metade

FÁBIO TAKAHASHI
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lançou ontem um plano que pretende diminuir pela metade a reprovação na rede estadual e alfabetizar todas as crianças aos oito anos até 2010. Algumas das ações para atingir os objetivos não foram detalhadas e outras já eram conhecidas.
O anúncio foi feito quatro dias antes da data prevista para uma paralisação organizada por sindicatos da categoria.
Atualmente, a taxa de reprovação na oitava série é 16,4%; na primeira série do ensino médio, 22% -números que vêm aumentando nos últimos anos. Sobre a alfabetização, a estimativa é que 40% dos estudantes na Grande SP não estejam alfabetizados aos oito anos.
No total, o governo lançou dez metas, que incluem aumentar em 10% o rendimento da rede em exames de qualidade e melhoria na recuperação dos alunos, entre outras.
Para chegar aos objetivos, o Executivo apresentou dez ações, algumas já anunciadas antes e em andamento, como a colocação de um professor-assistente nas classes de alfabetização e a diminuição dos ciclos, de quatro para dois anos.
Uma das medidas que ainda não estão em prática é a premiação por desempenho, antecipada pela Folha no dia 25.
Serra disse que será considerada a evolução de cada escola anualmente, considerando, entre outros fatores, os resultados de avaliação de qualidade (como Prova Brasil e Saresp). As unidades que mais evoluírem ganharão mais recursos. O governador disse, porém, que o modelo de avaliação não está pronto. Segundo a Folha apurou, as secretarias de Educação, Gestão, Fazenda e Planejamento apresentaram um modelo, mas Serra não concordou.
Outro anúncio do governo foi o de dar uma gratificação para diretores de escola, mas não estão definidos os valores. "O grande mérito desse plano é que São Paulo passa a ser o primeiro Estado com um plano de metas a serem atingidas", disse a secretária da Educação, Maria Helena de Castro.
Em abril, o governo federal divulgou um plano que também prevê metas, tanto para escolas quanto para as redes (estaduais e municipais), para serem atingidas até 2022. "Mas estamos nos antecipando, para 2010", disse Maria Helena.
Lisandre Maria Castello Branco, da Faculdade de Educação da USP, teme que o pacote não saia do papel. "Se não houver um plano de ação prático, corre-se o risco de, mais uma vez, tudo ficar no papel."
Já a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Ângela Soligo, elogiou a idéia de lançar um pacote. "O programa de recuperação é essencial. Mas tem de ser feito ao longo do ano, com poucos alunos."


Colaborou DANIELA TÓFOLI, da Reportagem Local


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