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BB e Caixa ignoram orientação sobre grávida
Bancos estatais não seguem a recomendação de afastar as gestantes do trabalho devido ao risco de contraírem gripe suína
Segundo a Folha apurou, instituições disseram que, por serem públicas, adoção
da medida poderia abrir
precedente no funcionalismo
SHEILA D'AMORIM
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil e a Caixa
Econômica Federal se recusam
a adotar a orientação da Febraban de afastar temporariamente as grávidas do trabalho por
causa do risco da gripe suína.
Os dois são os únicos entre os
grandes bancos brasileiros a
adotar essa conduta. O governo
federal, ao qual BB e Caixa são
ligados, é que comanda a estratégia de defesa do país contra o
vírus da nova gripe.
Como são orientações, elas
não precisam obrigatoriamente serem implantadas.
A Folha apurou que BB e
Caixa argumentaram na Febraban (Federação Brasileira
de Bancos) que são empresas
públicas e que a adoção da medida poderia abrir precedente
para todo o funcionalismo.
BB e a Caixa tentaram retirar
do texto divulgado pela federação, há uma semana, a menção
específica às grávidas.
No dia 13 deste mês, a Febraban orientou seus associados a
afastar as gestantes, que teriam
prazo de dez dias para procurar
um médico e pedir um relatório recomendando a permanência ou o afastamento.
A Folha procurou os cinco
maiores bancos do país para saber se estavam seguindo a recomendação. Bradesco, Itaú/
Unibanco e Santander informaram que seguem a medida.
O BB disse, por meio da sua
assessoria, que transferiu as
gestantes do atendimento direto ao público para funções internas e que ainda analisa se
adotará as recomendações específicas para esses casos.
A Caixa disse, também via assessoria, que, como empresa
pública, adota as medidas fixadas pelo Ministério da Saúde.
Em nota enviada à Folha,
não faz menção específica a
grávidas. Diz apenas que entre
as medidas gerais adotadas está o afastamento dos empregados, condicionado à decisão do
médico responsável.
Tanto a CEF quanto o BB
passaram a seguir outras recomendações da Febraban, como
disponibilização de álcool gel
nas agências e orientação para
as empresas responsáveis pela
limpeza intensificarem a higienização de maçanetas, botões
de elevadores e torneiras.
Questionado pela Folha, o
Ministério da Saúde informou
que, assim como não recomendou o adiamento da volta às aulas para todo o país, não há recomendação geral para afastamento de grávidas do trabalho.
O protocolo do ministério
recomenda que as grávidas evitem aglomerações e procurem
um médico imediatamente ao
surgirem sintomas.
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