São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2010

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PLÍNIO TREVISAN FRANCO (1932 - 2010)

Sabia as barbadas dos páreos

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Plínio Trevisan Franco parecia uma criança com um brinquedo novo quando assistia às corridas de cavalo. Concentrava-se apenas no galope firme dos animais.
A paixão por cavalos vem da infância na fazenda do pai em Itápolis (SP), onde nasceu. Aos sete, a família vendeu as terras e foi para SP.
Com a morte do pai, começou a trabalhar, aos 14, para ajudar a mãe e os seis irmãos.
Num cassino em Santos (SP), conheceu jóqueis que apostavam o dinheiro ganho nas corridas. Eles lhe apresentaram o turfe.
No serviço militar, pregou uma peça nos oficiais quando eles foram a uma festa: dispensou o batalhão inteiro e trancou o quartel por fora. Às vésperas da dispensa, foi refletir sobre seu ato por alguns dias na prisão militar.
Após um ano no quartel, foi trabalhar num cartório, onde ficou até se aposentar. Frequentava jóqueis clubes em Santos, Campinas e SP. Comprou sete cavalos.
Encantou-se por Mirtes, uma jovem de longos cabelos negros. Casaram-se no início da década de 70. Ela puxou as rédeas de Plínio e pediu para que ele vendesse os cavalos e parasse de apostar.
Marido e pai dedicado, atendeu prontamente ao pedido da mulher, mas continuou a acompanhar o turfe.
Como conhecia os treinadores e sempre dava as barbadas dos páreos, foi trabalhar numa agência de aposta do Jockey Club de São Paulo.
Morreu no domingo, aos 78, em São Paulo, de hemorragia aguda. Deixa dois filhos e dois netos. A missa de sétimo dia será amanhã, às 19h na igreja de S. Francisco de Assis, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br


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