São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2011 |
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Vegetariano risca carne do cardápio dos filhos Pais tentam retardar ao máximo o consumo de determinados produtos Médico nutrólogo deve acompanhar criança para ver se há falta de alguma vitamina; prato deve ser bem sortido
GIOVANNA BALOGH DE SÃO PAULO No supermercado o filho pede para a mãe "muçarela rosa". Sem entender o que Caylo, na época com 4 anos, queria dizer, a professora de ioga Jessica Nunes, 30, pediu para ele mostrar o produto. Para seu espanto, o menino apontou para uma peça de presunto bem gordo. "Meu pai falou que era muçarela rosa para, caso eu perguntasse o que ele tinha comido, ele não falasse presunto." Hoje, Caylo, 12, tem liberdade de ir para churrascos com os amigos e comer o que bem entender, mas somente fora de casa. Cada vez é mais comum pais optarem por uma alimentação saudável dos pequenos e restringi-los do consumo de determinados alimentos, o que inclui refrigerantes, doces e "junk food". ALFACE COM 1 ANO Mesmo com a pouca idade, Clara, 1 ano e 7 meses, faz inveja para muito adulto. A mãe dela, a também professora de ioga Renata Perez Von Poser, 35, conta que a menina pega uma folha de alface com as mãos e a devora, mesmo sem tempero. Assim que deixou de mamar no peito, aos nove meses, a menina passou a tomar leite de fórmula de soja, uma opção para quem não tomará depois o leite de vaca. Renata conta que ela e o marido, César Obeid, 37, são vegetarianos há anos, mas se preocupam em ter acompanhamento de um especialista. "O nutrólogo nos orienta a diversificar bem e consumir as quantidades adequadas de cereais e de grãos." O médico nutrólogo Eric Slywitch, 36, explica que, se houver acompanhamento, pais vegetarianos podem dar a mesma alimentação aos filhos. "Peço rotineiramente exames para avaliar se o paciente tem, por exemplo, deficiência de ferro", comenta. Se é notada alguma alteração, são indicadas vitaminas. O pediatra nutrólogo da Unifesp Fábio Ancona, 72, explica que a criança pode ter baixo peso, ficar abaixo da estatura e até desenvolver problemas de aprendizado caso tenha, por exemplo, deficiência de proteínas, ferro, cálcio e ômega 3. Há ainda famílias veganas, ainda mais "radicais" na hora de escolher o que vão consumir. O grupo não come nada de origem animal, como leite e ovos, por exemplo. É o caso dos pais de Téo, de 8 meses. Sandra, 31, e Adriano Bouças, 30, dizem que a preocupação no próximo ano será procurar uma escola vegetariana para não alterar o hábito familiar. "Ele terá liberdade de decidir se come carne, mas sei que fará uma escolha consciente quando essa hora chegar", acredita Sandra. Texto Anterior: Jayme Vazquez Cortez (1924-2011): Um especialista em seringais Próximo Texto: Perfil - Patrícia Acioli: Sem limites Índice | Comunicar Erros |
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