São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2001

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Redução teve início em 1926

DA REPORTAGEM LOCAL

O conceito de redução de danos remonta a 1926, na Inglaterra, com o "Relatório de Rolleston", um conjunto de recomendações de uma comissão interministerial, presidida pelo então ministro da Saúde da Inglaterra, sir Humphrey Rolleston.
Esse relatório estabeleceu o direito dos médicos ingleses de prescrever suprimentos regulares de ópio a dependentes dessa droga em situações em que o paciente estivesse sujeito a riscos.
No entanto, só no início dos 80 é que as ações baseadas nesses princípios foram sistematizadas em forma de programas. O primeiro surgiu na Holanda, por iniciativa de uma associação de usuários de drogas preocupada com a disseminação de hepatites.
À medida que começou a ser documentada em várias partes do mundo a disseminação do vírus HIV entre os usuários de drogas injetáveis, a estratégia de redução de danos ganhou força.
No Brasil, a primeira tentativa de fazer troca de seringas entre os dependentes aconteceu em Santos (SP), em 1989. Mas a iniciativa foi frustrada pela posição do Ministério Público. O primeiro programa oficial de redução de danos a trocar seringas surgiu em Salvador, em 1995. Três anos depois, a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou a primeira lei que legalizou a troca de seringas. A partir daí, vários outros Estados aprovaram leis semelhantes.
Até então, o técnico de saúde flagrado portando seringas podia ser preso e condenado como traficante, já que estaria incentivando o uso de drogas. A lei federal de entorpecentes ainda mantém esse entendimento.
O conceito de redução de danos vem se ampliando para outras áreas. Por exemplo, convencer as pessoas a não dirigir quando bebem é reduzir um dos maiores danos do álcool. (CC e AB)

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