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São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2003

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Ministra propõe ação afirmativa

DA REDAÇÃO

"Estou procurando o interruptor", responde a ministra Matilde Ribeiro à pergunta de qual é a luz no fim do túnel no que se refere aos desafios de sua pasta. Titular da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ela presta assessoria diretamente à Presidência da República.
Ribeiro explica que realiza um trabalho de convencimento da necessidade de dar um "recorte racial" às políticas sociais de órgãos do governo. Inaugurada em março, a secretaria, segundo a ministra, está apenas começando o seu trabalho.
"As políticas universais não dão conta da desigualdade racial. São necessárias ações afirmativas, como as cotas para negros nas universidades", afirma Matilde Ribeiro. Essa concepção é compartilhada por entidades do movimento negro. "A cor é um fator que acentua a exclusão. Ser negro é um impedimento", diz, por exemplo, Eliana Custódio, 38, coordenadora da área de articulação comunitária da ONG (organização não-governamental) Geledés, de mulheres negras.
Para Marcelo Paixão, 37, coordenador do Observatório Afrobrasileiro, faltam políticas específicas para os descendentes dos escravos, mas elas devem ser implementadas sem prejuízo do atendimento universal dos carentes.
Marcio Pochmann, 41, secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, responsável pelos programas de desenvolvimento social, informa que a Prefeitura de São Paulo procura atender aos mais desassistidos sem distinção.
"Não há necessidade de cotas, por exemplo, pois o objetivo é atender a todas as famílias com renda inferior a 1,47 salário mínimo." O secretário afirma que já foram atendidas 300 mil famílias nos 50 distritos com maior exclusão social na cidade. A cobertura às 280 mil restantes deve acontecer até o final de 2004. (ECD)


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