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Ministra propõe ação afirmativa
DA REDAÇÃO
"Estou procurando o interruptor", responde a ministra Matilde
Ribeiro à pergunta de qual é a luz
no fim do túnel no que se refere
aos desafios de sua pasta. Titular
da Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial,
ela presta assessoria diretamente
à Presidência da República.
Ribeiro explica que realiza um
trabalho de convencimento da
necessidade de dar um "recorte
racial" às políticas sociais de órgãos do governo. Inaugurada em
março, a secretaria, segundo a ministra, está apenas começando o
seu trabalho.
"As políticas universais não dão
conta da desigualdade racial. São
necessárias ações afirmativas, como as cotas para negros nas universidades", afirma Matilde Ribeiro. Essa concepção é compartilhada por entidades do movimento negro. "A cor é um fator que
acentua a exclusão. Ser negro é
um impedimento", diz, por
exemplo, Eliana Custódio, 38,
coordenadora da área de articulação comunitária da ONG (organização não-governamental) Geledés, de mulheres negras.
Para Marcelo Paixão, 37, coordenador do Observatório Afrobrasileiro, faltam políticas específicas para os descendentes dos escravos, mas elas devem ser implementadas sem prejuízo do atendimento universal dos carentes.
Marcio Pochmann, 41, secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, responsável pelos programas de desenvolvimento social, informa
que a Prefeitura de São Paulo procura atender aos mais desassistidos sem distinção.
"Não há necessidade de cotas,
por exemplo, pois o objetivo é
atender a todas as famílias com
renda inferior a 1,47 salário mínimo." O secretário afirma que já
foram atendidas 300 mil famílias
nos 50 distritos com maior exclusão social na cidade. A cobertura
às 280 mil restantes deve acontecer até o final de 2004.
(ECD)
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