São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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Perícia conclui laudo sobre morte de Ubiratan

Investigadores já analisam as planilhas de ligações telefônicas feitas após o crime

Um dos objetivos é saber se Liliana Prinzivalli, mãe da principal suspeita pelo crime, procurou autoridades policiais depois do homicídio

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os seis conjuntos de laudos periciais feitos pelo IC (Instituto de Criminalística) para ajudar a Polícia Civil a descobrir quem matou, no dia 9 deste mês, o coronel da reserva e deputado estadual Ubiratan Guimarães com um tiro no abdômen ficaram prontos ontem e serão entregues hoje aos investigadores do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Até o fim da tarde de hoje, os investigadores do caso já terão os laudos que analisaram ao menos 20 conjuntos de fragmentos de impressões, as roupas da advogada e namorada de Ubiratan, Carla Prinzivalli Cepollina, 40, o projétil de calibre 38 recolhido na cena do crime, um estudo sobre o trajeto da munição até ferir a vítima (para determinar a altura aproximada de quem atirou), dois copos de bebida alcoólica e também uma toalha com sangue.
O confronto balístico do projétil 38 que matou Ubiratan, encontrado pela perícia no sofá da sala do apartamento dele, foi feito a partir de comparações com dois outros recolhidos sábado passado em um sítio de Espírito Santo do Pinhal (202 km de SP), onde a arma usada para matar Ubiratan, que está desaparecida e foi emprestada a ele por seu amigo Fernando Crucello, 31, foi testada.
Desde ontem, o DHPP analisa as planilhas de ligações telefônicas feitas por oito pessoas que tiveram o sigilo telefônico quebrado pela Justiça na semana passada: as ligações feitas por Carla, a mãe dela, a advogada Liliana Prinzivalli e Ubiratan durante o fim de semana em que ele foi morto são as mais importantes.
Os investigadores querem saber se Carla fez algum contato mais longo com sua mãe entre 19h30 e 20h30 do dia 9, horário estimado para o assassinato de Ubiratan. Carla afirma ter deixado o prédio de Ubiratan por volta das 20h. Também existe a preocupação em saber se, a pedido da filha, Liliana fez ligações para pessoas da cúpula da Polícia Civil ou do Poder Judiciário, na mesma noite do assassinato.
Apontada como principal alvo da investigação sobre o assassinato de Ubiratan, que sempre disse aos parentes e amigos mais próximos temer ser morto perto do período eleitoral, em uma ação da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Carla também foi colocada em suspeição por ter entregue à polícia, dois dias após o assassinato, roupas que não seriam as mesmas que usou no sábado.
Para descobrir se Carla entregou ou não à perícia as roupas usadas quando esteve com Ubiratan pela última vez, ontem a empregada que as lavou prestou depoimento no DHPP. Imagens das câmeras de segurança do prédio dela, feitas por volta das 21h05 do dia 9, apontam que Carla usava uma blusa preta por cima de outra clara.
Outras quatros pessoas, dentre as quais Karina Rodrigues, funcionária do gabinete de Ubiratan na Assembléia Legislativa, também foram interrogadas. Liliana chegou ao DHPP ao meio-dia e foi embora por volta das 20h.


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