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OUTRO LADO
Sindicalista nega que greve tenha objetivo político
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Andes,
Roberto Lehrer, disse que o
ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, insulta a inteligência dos professores universitários ao afirmar que
eles participam de uma greve com objetivos políticos.
"Como é que 100% da categoria [46 mil professores
de 52 instituições federais de
ensino superior" iria aderir a
uma greve partidarizada?",
questionou.
Lehrer afirmou também
que sua entidade nunca radicalizou a negociação e que
tem interesse na volta às aulas. Ele disse acreditar na
possibilidade de um acordo
em breve.
Segundo Lehrer, basta que
o governo tenha boa vontade, já que os R$ 250 milhões
necessários para a incorporação da GED (Gratificação
de Estímulo à Docência) aos
salários já foram apontados
no Orçamento pelos líderes
partidários, para serem remanejados.
Lehrer negou ter dito que
pretenda fazer a maior greve
da América Latina. "Eu disse
que esta é a maior greve dos
21 anos da história da Andes." Também negou que a
diretoria do sindicato não
tenha representatividade.
Eleição
"Nossa legitimidade é fortíssima. A eleição contou
com 45% dos votos da categoria -cerca de 20 mil votos, dos quais 14 mil foram
para nossa chapa. O ministro apoiava a outra chapa e
desde então [junho de 2000"
vem tentando desqualificar
a diretoria."
O presidente da Andes admite que a greve é áspera: "A
nossa pauta atinge o âmago
do projeto de reestruturação
neoliberal do Estado. Necessariamente é áspera. Pretende restabelecer princípios de
funcionamento do serviço
público inspirados nos
ideais republicanos, que não
se coadunam com a reforma
neoliberal em curso".
Como exemplo, Lehrer citou a reivindicação de concurso público para preenchimento de 8.000 vagas e
isonomia salarial para docentes com a mesma qualificação, mesmo que exerçam
funções diferentes.
Segundo ele, a isonomia
acabou em 98, com a criação
da GED, que também reduziu os vencimentos dos aposentados. "Achamos que os
professores que construíram
a universidade brasileira
merecem tratamento isonômico como aliás prevê a
Constituição", disse.
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