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EDUCAÇÃO
Colégio havia anunciado fim das atividades há menos de um mês; reestruturação financeira quer triplicar número de alunos
São Bento, 100 anos, não vai mais fechar
DA REPORTAGEM LOCAL
Menos de um mês depois de ter
anunciado que iria encerrar suas
atividades em 2004, o Colégio São
Bento, um dos mais tradicionais
de São Paulo, selou um acordo financeiro para tentar sair da crise e
continuar aberto.
O plano, negociado com empresas privadas não divulgadas pelo
colégio, prevê metas a serem
cumpridas anualmente, durante
os próximos cinco anos. Segundo
o reitor do São Bento, dom Hildebrando Brito de Miranda, 38, a
ajuda "é uma espécie de fôlego financeiro". O religioso não revela
o valor do acordo.
Para tentar contornar a grave
crise financeira, o colégio vai reajustar as mensalidades em 20%
para os alunos da 1ª ano do ensino
fundamental ao 3º do ensino médio -que atualmente variam de
R$ 450 a R$ 650. No ensino infantil, o aumento deve ser maior, de
cerca de 40%.
A instituição planeja também
quase triplicar o número de alunos, dos atuais 240 para algo entre
600 e 700, em um prazo de até cinco anos. No entanto a idéia é que
as classes não tenham mais que 26
alunos. Podem ser criadas novas
turmas, mas em algumas deve haver aumento do número de estudantes. Hoje existem salas de aula
com apenas cinco alunos.
Aliado ao plano de reestruturação financeira, o São Bento anunciou ter fechado um acordo com a
prefeitura para facilitar o acesso
de carros ao largo em que fica o
colégio, bem no centro de São
Paulo. Dom Hildebrando afirma
que "um dos problemas é a questão do acesso. O colégio sofreu
muito em décadas anteriores com
essa impossibilidade de um acesso adequado".
O Colégio São Bento completou
cem anos de existência em 2003 e
está afundado em uma crise há
pelo menos três anos. A situação
piorou neste ano, porque a inadimplência subiu para cerca de
30%. Nos anos anteriores, ficava
abaixo de 20%. Com as finanças
em desordem, o mantenedor do
colégio, o Mosteiro de São Bento,
chegou a ter de aplicar recursos
próprios na entidade, em valor
não divulgado. Em agosto deste
ano, após uma reunião, os monges decidiram que não dava mais
para continuar as atividades.
Com o acordo financeiro anunciado ontem, a esperança é que o
São Bento sofra uma remodelação e se transforme em um "colégio católico de referência para São
Paulo", segundo dom Hildebrando. Nas décadas anteriores, passaram pelo São Bento alunos como
os políticos Prestes Maia e Franco
Montoro e o escritor Oswald de
Andrade, todos já mortos.
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