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Pane desliga radares na região Sul e atrasa 146 vôos
Segundo departamento de controle aéreo, operação alternativa é lenta, mas segura
Sistema deve voltar a operar normalmente hoje; causa
da falha no centro de processamento de dados não tinha sido identificada
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pane no centro de processamento de dados obrigou
ontem o Cindacta 2 (Centro Integrado de Defesa Área e Controle do Tráfego Aéreo) a desligar o sistema de radar no Sul do
país, o que provocou atraso de
até 3 horas e 40 minutos em pelo menos 146 vôos comerciais
na região.
O controle de vôo no Rio
Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná passou a ser
realizado de forma convencional -contatos por rádio entre o
piloto e os controladores. A
operação é mais lenta do que o
sistema com radar. Por precaução, diminui-se o número de
aeronaves no espaço aéreo,
provocando atraso nos vôos.
"A operação é mais lenta,
mas é completamente segura",
disse o coronel-aviador Paullo
Esteves, assessor de comunicação social do Departamento de
Controle do Espaço Aéreo. Segundo ele, o sistema aéreo brasileiro não registrava um problema semelhante havia 20
anos. A causa da pane no centro
de processamento de dados
não tinha sido identificada até
o início da noite de ontem, segundo Esteves. A previsão é
que o sistema de radar volte a
operar na manhã de hoje.
Anteontem, o centro de processamento de dados do Cindacta 2 já tinha apresentado
problemas. Durante 2 horas, os
vôos foram monitorados pela
operação convencional.
Pelo menos 146 vôos de sete
aeroportos na região Sul sofreram atrasos em seus horários
durante o dia de ontem, segundo informações da Infraero
(empresa estatal que cuida dos
aeroportos) em Porto Alegre.
Na capital gaúcha, 50% dos
vôos tiveram atraso -30 aeronaves decolaram até uma hora
depois do horário previsto. No
Aeroporto Internacional de
Afonso Pena, em Curitiba (PR),
96 vôos tiveram atrasos de até
40 minutos, entre as 9h30 e as
18h de ontem. No aeroporto de
Florianópolis, 20 vôos saíram
fora do horário, com atrasos
entre 2h e 2h30.
O desligamento do sistema
de radar no Sul do país também
provocou atrasos em outras regiões. No aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, o
atraso chegou a 3h. Segundo a
Infraero, entre as 18h e 20h de
ontem, seis vôos em direção à
região Sul estavam em atraso.
O radar localizado na sede
Cindacta 2, no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em
Curitiba (PR), foi desligado às
9h30 de ontem, depois que as
informações fornecidas pelo
CPD não foram consideradas
confiáveis.
Segundo o coronel-aviador
Esteves, os dados transmitidos
pelas aeronaves -como altitude e velocidade- são encaminhadas ao CPD, que depois são
repassadas para a tela do controladores de vôo. Na operação
convencional, o controlador
conversa com o piloto e anota
os dados em uma planilha.
Esteves afirma que não há
sobrecarga dos controle que
possa trazer risco ao sistema.
Controladores afirmaram à
Folha, no entanto, que o sistema convencional aumenta o
risco e aumenta a tensão dos
funcionários no monitoramente das aeronaves.
(VINICIUS ABBATE E GILMAR PENTEADO)
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