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Segurança confessa à polícia ter matado rapaz em shopping
Segundo delegado, funcionário do Iguatemi em Campinas afirmou ter sido agredido antes de ter atirado contra jovem
Roberto Aparecido Lopes foi preso e responderá por homicídio; crime ocorreu depois de grupo de amigos derrubar alguns cones
REGIANE SOARES
ENVIADA ESPECIAL A CAMPINAS
O segurança Roberto Aparecido Lopes, 28, se entregou ontem à polícia e confessou ter
atirado em Rafael Silva de Paula, 26, na quarta-feira à noite,
quando o jovem saía do Shopping Iguatemi, em Campinas,
com mais cinco amigos.
Após depoimento, Lopes foi
preso e indiciado por homicídio doloso (com intenção) por
motivo fútil, porque, segundo o
delegado Carlos Henrique Fernandes, teve uma reação desproporcional ao comportamento do jovem.
Rafael e os amigos haviam
ido ao shopping na noite de
quarta em três motos, para
comprar ingressos para um
show. Segundo testemunhas, o
jovem recebeu um tiro no rosto
durante discussão após ele e
amigos terem derrubado alguns cones de sinalização.
O segurança ficará preso
temporariamente por quinze
dias, segundo decisão do juiz
Maurício Henrique Guimarães
Pereira, de Campinas.
Segundo o delegado seccional Marcos Galli Kasseb, o segurança admitiu que atirou
"por nervosismo", em razão da
discussão com os jovens.
Ainda de acordo com Kasseb,
Lopes disse que efetuou apenas
um disparo, quando já estava
fora do shopping, e disse que
outro segurança, cujo nome
não foi revelado, teria dado um
tiro de advertência.
Kasseb afirmou que, em seu
depoimento, Lopes disse ter
chegado "às vias de fato". "O segurança afirmou que houve
agressão física entre ele e os jovens e que foram sucessivas
discussões com tapas e chutes".
Porém, segundo o advogado
do shopping, Ralph Tórtima Filho, a versão contada por Lopes
difere das imagens gravadas
pelo circuito interno do Iguatemi. Segundo o advogado, o vídeo não mostra agressão, "só
um desentendimento com ânimos aquecidos de ambas as
partes". A pedido da polícia, o
advogado entregou cópia das
imagens e uma relação com os
nomes dos seguranças que trabalhavam na noite do crime
-aproximadamente 15.
Segundo Tórtima, que viu as
imagens, o segurança estava sozinho quando se aproximou
dos jovens, que se voltaram em
direção a ele. "O segurança recuou e tentou expor alguma
coisa aos jovens, e novamente
se viu cercado. Foi nesse momento que ele solicitou o reforço", conta o advogado.
Lopes chegou à delegacia por
volta das 15h30, acompanhado
de seu advogado, José Pedro
Said Jr. Said disse que espera
uma decisão justa porque seu
cliente "não é um criminoso. É
mais um pai de família trabalhador". "Respeitamos a dor da
família [de Rafael], mas o que
aconteceu foi um ato isolado."
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