São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006

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Tripulação de navio não pode deixar o país

Juiz impede que comandante russo e outras 13 pessoas do cargueiro envolvido em acidente saiam do Brasil

TALITA FIGUEIREDO
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Por determinação do juiz da 4ª Vara Federal de Niterói, Sandro Valério Andrade, a tripulação do navio cargueiro que colidiu com uma traineira na noite de terça-feira resultando na morte de oito pessoas está impedida legalmente de deixar o país. A Marinha já havia suspendido a licença para a embarcação deixar o país.
O delegado da Polícia Federal, Carlos Pereira, instaurou inquérito ontem para investigar os homicídios e disse ser imprescindível para o trabalho que a tripulação, o comandante russo Vladimirs Gruserviskis e outras 13 pessoas, não deixem o país. Os primeiros depoimentos serão na segunda-feira.
Ele já solicitou à Capitania dos Portos cópia dos laudos periciais elaborados pela Marinha, como o laudo de local e as perícias feitas ontem e anteontem no navio. A Marinha tem ainda filmagens subaquáticas da traineira que afundou.
A perícia feita ontem no cargueiro, segundo o capitão dos Portos, capitão-de-mar-e-guerra Antônio Fernando Moreira Dias, mostrou que não há avarias e problemas mecânicos no navio cargueiro Roko (de bandeira das Bahamas) o que reforça a tese de que o problema teria sido causado pela traineira Costa Azul, usada por mergulhadores que trabalhavam nas obras do emissário submarino da Barra.
Havia na traineira 12 pessoas, nove mergulhadores, o comandante e dois marinheiros. Quatro mergulhadores conseguiram se salvar, os outros ocupantes da traineira, que afundou 37 m, morreram.
As embarcações navegavam em rotas paralelas em sentido oposto e colidiram no meio da baía de Guanabara. Uma delas deu uma guinada brusca e houve a colisão. A hipótese investigada é que a traineira teria feito a manobra, já que o cargueiro atingiu o lado esquerdo da embarcação.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Atividades Subaquáticas (Sintasa) informou que, há pelo menos dois anos, vem denunciando condições insalubres que estão sendo oferecidas pela TecSub aos mergulhadores. A TecSub nega.


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