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Tripulação de navio não pode deixar o país
Juiz impede que comandante russo e outras 13 pessoas do cargueiro envolvido em acidente saiam do Brasil
TALITA FIGUEIREDO
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Por determinação do juiz da
4ª Vara Federal de Niterói,
Sandro Valério Andrade, a tripulação do navio cargueiro que
colidiu com uma traineira na
noite de terça-feira resultando
na morte de oito pessoas está
impedida legalmente de deixar
o país. A Marinha já havia suspendido a licença para a embarcação deixar o país.
O delegado da Polícia Federal, Carlos Pereira, instaurou
inquérito ontem para investigar os homicídios e disse ser
imprescindível para o trabalho
que a tripulação, o comandante
russo Vladimirs Gruserviskis e
outras 13 pessoas, não deixem o
país. Os primeiros depoimentos serão na segunda-feira.
Ele já solicitou à Capitania
dos Portos cópia dos laudos periciais elaborados pela Marinha, como o laudo de local e as
perícias feitas ontem e anteontem no navio. A Marinha tem
ainda filmagens subaquáticas
da traineira que afundou.
A perícia feita ontem no cargueiro, segundo o capitão dos
Portos, capitão-de-mar-e-guerra Antônio Fernando Moreira Dias, mostrou que não há
avarias e problemas mecânicos
no navio cargueiro Roko (de
bandeira das Bahamas) o que
reforça a tese de que o problema teria sido causado pela traineira Costa Azul, usada por
mergulhadores que trabalhavam nas obras do emissário
submarino da Barra.
Havia na traineira 12 pessoas, nove mergulhadores, o
comandante e dois marinheiros. Quatro mergulhadores
conseguiram se salvar, os outros ocupantes da traineira,
que afundou 37 m, morreram.
As embarcações navegavam
em rotas paralelas em sentido
oposto e colidiram no meio da
baía de Guanabara. Uma delas
deu uma guinada brusca e houve a colisão. A hipótese investigada é que a traineira teria feito
a manobra, já que o cargueiro
atingiu o lado esquerdo da embarcação.
O Sindicato Nacional dos
Trabalhadores em Atividades
Subaquáticas (Sintasa) informou que, há pelo menos dois
anos, vem denunciando condições insalubres que estão sendo oferecidas pela TecSub aos
mergulhadores. A TecSub nega.
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